Depoimento foi feito na UTI e durou 4 horas.
Subtenente afirma que a esposa tinha sua senha do Facebook, pois ela monitorava seu perfil constantemente
Subtenente foi ouvido pela Polícia Civil (Foto: Facebook/reprodução) |
Fortaleza - Após sair do coma, o subtenente do exército Francilewdo Bezerra Severino, 45, prestou depoimento à Polícia Civil na noite desta sexta-feira, 28. O depoimento durou quatro horas e aconteceu no Hospital Geral do Exército Brasileiro, onde está internado. Titular do 16° Distrito Policial (DP), o delegado Wilder Brito o interrogou e o militar negou que teria envenenado e matado o próprio filho, de 9 anos. O delegado informou ao Tribuna do Ceará que o militar estava muito consciente e respondeu tudo que lhe foi perguntado. “Ele não se esquivou nem de perguntas desagradáveis, mas tive o cuidado de não mostrar fotos do crime”, explicou o delegado.
Ao apresentar fotos da esposa lesionada e ao reproduzir as acusações, o subtenente negou veementemente, informou o delegado. “Pedi para ele narrar sua história de vida, desde quando entrou no exército, quando namorou, casou, até o dia do fato, e tudo saiu como planejado”. Sobre as postagens nas redes sociais, Francilewdo revelou que a esposa tinha acesso ao seu Facebook, pois ela monitorava seu perfil constantemente.
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Apesar do crime bárbaro, o depoimento correu com tranquilidade, atestado pelas presenças de médicos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o advogado do policial. “O delegado já falou que não há mais motivos pro Francilewdo ficar preso. Ele tratou o Francilewdo como vítima. O depoimento foi tão tranquilo quanto de uma vítima. Para a polícia, ele é a vítima da história, isso já tá comprovado”, explicou ao Tribuna do Ceará o advogado Walmir Medeiros.
O delegado informou que o militar negou também ter agredido a esposa, “ele afirmou que, em hipótese alguma, não lesionou a mulher, nem matou o filho. Ele disse que lembra apenas até o ponto em que comia e outros detalhes”, revelou.
O advogado do militar foi bem direto em relação à investigação. Sua posição é de que a verdadeira culpada é a esposa de Francilewdo. “O depoimento só serviu pra confirmar o que o delegado já sabia. Agora os indícios ficaram mais fortes de que foi a esposa mesmo que matou o filho, envenenou o marido e simulou uma agressão. Ele até falou pra imprensa que o caso já tá quase resolvido, mas que precisava concluir o inquérito”, finalizou o advogado.
tribunadoceará/montedo.com