O presidente norte-americano, Donald Trump, usou o Twitter para ameaçar a Rússia com o anúncio de um novo ataque a mísseis na Síria, em retaliação à acusação de que o governo de Bashar al-Assad, aliado do Kremlin, teria conduzido um ataque químico contra rebeldes em Duma, próximo a Damasco, no último fim de semana.
"A Rússia promete derrubar todos os mísseis disparados contra a Síria. Prepare-se, Rússia, porque eles chegarão, lindos, novos e 'inteligentes'! Não deveriam ser sócios de um animal assassino com gás que mata seu povo e aprecia", escreveu Trump no Twitter.
O presidente norte-americano não esclareceu em sua postagem quanto o novo ataque será realizado --na segunda-feira (9), ele prometeu uma resposta norte americana ao suposto ataque químico.
Russia vows to shoot down any and all missiles fired at Syria. Get ready Russia, because they will be coming, nice and new and “smart!” You shouldn’t be partners with a Gas Killing Animal who kills his people and enjoys it!— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 11 de abril de 2018
Pior momento desde a Guerra Fria
Na sequência da postagem, Trump disse que as relações entre Rússia e EUA estão em seu "pior momento na história, incluindo durante a Guerra Fria". "Não há motivo para isso. A Rússia precisa de nós para que a ajudemos com sua economia, algo que seria muito fácil de fazer, e precisamos que todas as nações trabalhem juntas. Parar a corrida armamentista?", sugeriu Trump.
O governo Trump bombardeou uma base militar do governo de Assad, no ano passado, após a acusação de que o governo sírio teria conduzido um ataque com gás sarin na cidade de Khan Sheikhun, deixando mais de 80 mortos, incluindo crianças. A Rússia negou que a Síria tivesse conduzido um ataque químico e condenou a ofensiva norte-americana.
Rússia diz que ataques dos EUA apagariam evidências
Em resposta, a Rússia insinuou que ataques americanos serviriam para apagar as evidências de que o regime sírio não usou armas químicas --na terça, a Síria concordou com a entrada de uma organização que fiscaliza o uso desse tipo de armamento, a Opaq, para investigar o bombardeio em Duma.
"A ideia seria apagar rapidamente os vestígios das provocações com o lançamento de mísseis inteligentes, e assim os investigadores não teriam nada a achar como provas", disse Maria Zakharova, porta-voz da diplomacia russa, no Facebook.
Ela também afirmou que os mísseis de Trump deveriam ser dirigidos contra os terroristas, defendendo o regime Assad. "Os mísseis 'inteligentes' devem voar na direção dos terroristas e não do governo legítimo sírio, que luta há vários anos contra o terrorismo internacional em seu território."
Por último, ela provocou Trump por seu questionamento com relação ao combate à corrida armamentista. "Boa ideia! Há uma oferta para começar com a destruição de armas químicas. Americanas", escreveu.
UOL/montedo.com