22 de março de 2018

Forças Armadas descartam ocupar pontos turísticos do Rio

Segundo presidente da ABIH-RJ, militares afirmaram que patrulhamento poderá ser usado em alguma situação especial
Vista áerea da cidade do Rio - Pedro Kirilos / Ag¿ncia O Globo
SIMONE CANDIDA
RIO — Apesar do pedido do setor hoteleiro, o gabinete de intervenção federal não pretende usar as Forças Armadas no patrulhamento dos principais pontos turísticos da cidade. Na tarde desta quarta-feira, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado do Rio de Janeiro (ABIH-RJ), Alfredo Lopes, teve um encontro com o general Mauro Sinott para ouvir quais são os planos das forças de intervenção para aumentar a sensação de segurança entre os visitantes da cidade maravilhosa. A ideia foi levada ao militar, mas foi rejeitada. Segundo Alfredo Lopes, que considerou a reunião “bastante positiva”, o general informou que o uso de militares no patrulhamento de áreas turísticas do Rio não faz parte do planejamento.
— Eles disseram que as Forças Armadas podem ser usadas em alguma ocasião especial, se houver demanda. Mas não faz parte do projeto de intervenção. O general disse que vai realizar uma reunião com a Secretaria de Segurança do Estado e com a Guarda Municipal para pedir uma prioridade na questão da desordem urbana em pontos turístico e ver como melhorar a segurança nestes pontos, mas com a PM e a Guarda — disse Alfredo o Lopes
O presidente da ABIH acredita ter “aberto um canal de comunicação” com o gabinete.
— Quando foi dada a notícia da intervenção na segurança do estado, os hotéis foram os primeiros a apoiar a ação, colocando bandeiras do Brasil nas fachadas. Ficamos aguardando este período de maturação do processo de intervenção para pedir uma audiência com o general. Passou um tempo e queremos saber como eles pretendem agir. Temos muita demanda de clientes nacionais e internacionais, que nos perguntam como vai ser daqui para frente — explica Alfredo Lopes.

OPINIÃO DE TURISTAS
Mais cedo, O GLOBO foi até a Praia de Copacabana ouvir a opinião de turistas sobre a presença do Exército em pontos turísticos. O analista de sistema Felipe Roma, de 41 anos, que chegou ao Rio nesta quarta com a namorada, confessa que está preocupado com a violência. Os dois vivem em São Paulo.
- Chegamos aqui há exatamente uma hora. Não aconteceu nada, mas temos medo. Nós estamos andando sem celular com receio de assaltos. Viemos para o show do Pearl Jam. Não vamos com a aliança e só vamos levar um celular para chamar o Uber depois. Eu acho que é necessário a presença do Exército por aqui, porque está descontrolado o negócio. Algo tem que ser feito.
Para a manauense Glaucia Rodrigues, de 27 anos, que está no Rio há dois dias, a ideia é boa. Mas é preciso não descuidar do restante da cidade.
- Não verifiquei nada até agora que me deixasse insegura. Mas isso aqui é só a superfície. O exército tem que patrulhar onde é o foco da violência. Só aqui não basta - criticou.
Entre os funcionários e comerciantes de Quiosques da orla, o clima também é de apreensão.
- Seguro a gente não se sente. Muito assalto. Isso atrapalha muito o movimento. Aqui funciona 24h. Na segunda-feira, um funcionário foi assaltado aqui às 4h. O rapaz tava aqui trabalhando e o cara chegou de faca. Levou dois abacaxis, laranjas e 25 reais. Não é muita coisa, mas mesmo assim a gente fica com medo. A cliente que tava aqui levantou e foi embora. Creio que o exército possa melhorar a situação - opinou Bruna Lima, 24 anos, responsável pelo Quiosque Força e Saúde.
Fabiane Correia, 35, gerente de um quiosque da Skol no Posto 4, acha desnecessária a presença das Forças Armadas na área:
- Eu tô aqui há três anos. Já vi muito assalto. A violência aqui era visível. Esse é o primeiro ano que está mais tranquilo. Hoje não tem mais nada, pelo menos nessa área aqui. Até porque a Guarda Municipal anda por aqui de triciclo. Sobre o exército, acho que não tem essa necessidade. Já tem polícia e guarda municipal aqui.
O Globo/montedo.com

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