Recebi da Associação dos Militares das Forças Armadas do Estado de São Paulo um extenso documento, que pretende ser um contraponto ao Ofício nº 3737/ASPAR/GM-MD, que a assessoria parlamentar do Exército enviou à congênere da Defesa, em fevereiro último, externando a posição da Força sobre a solicitação da Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados, que pede ao Executivo o envio de um projeto de lei que permita a promoção dos sargentos do Quadro Especial (QE) à graduação de subtenente.
O pessoal da AMFAESP poderia ter caprichado um pouco mais. Em linhas gerais, o documento reproduz argumentos de muitos comentários postados aqui no blog, numa redação sem preocupação maior com coerência textual e concordância, além de exagerar no uso de frases muito longas .
O texto repisa a ironia aos “sargentos de carreira” (assim, entre aspas) e desqualifica seu acesso ao oficialato através do "famigerado e polêmico CHQAO" (aqui, as aspas são minhas). Também ignora o que diz a portaria que trata da equivalência de cursos no Exército, que equipara, "exclusivamente para efeito de pagamento do Adicional de Habilitação", o CHQAO aos cursos de Altos Estudos.
Quase ao final, o redator aparenta arrefecer o ímpeto do início do texto, mas finaliza o parágrafo chamando de "minoria pobre de espírito" a quem porventura pense diferente:
" Nós, militares do Quadro Especial do Exército Brasileiro, [...]em nenhum momento quisemos, com nossa empreitada, nos comparar ou sobrepujar os militares de carreira, especificamente os da Escola de Sargentos das Armas, que com seus méritos conseguiram adentrar às fileiras do exército brasileiro, de acordo com o especificado em Lei, e nem sermos promovidos na ativa a tal graduação, pois somos sabedores do descontentamento e desgaste, por parte uma minoria pobre de espírito, que iria causar na Força;".
Eis o documento na íntegra. Tirem suas conclusões.
Quadro Especial: argumentos da Associação dos Militares das Forças Armadas do Estado de São Paulo de Ricardo Montedo