14 de julho de 2011

"ATIREI SOMENTE PARA ASSUSTAR", DIZ SOLDADO DO EXÉRCITO QUE MATOU COLEGA

Soldado diz que matou ao tentar fazer brincadeira com colega, declara juíza
Foto: Alessandra Carvalho/Capital News
CAMPO GRANDE - O soldado Adriano Moreira Rafael, 20 anos, disse em depoimento que matou o colega, soldado Leonardo Pavão Rodrigues, 19 anos, na intenção de fazer uma brincadeira para assustá-lo, conhecida como golpe de engatilhar a arma para fazer barulho, explica a juíza militar federal, Safira Maria de Figueiredo. Rodrigues morreu ontem (13), após ser atingido no rosto por um tiro de carabina no local de trabalho, na 2ª Companhia de Suprimentos, na rua Fernando Magalhães, no bairro Santo Amaro, em Campo Grande.
“Eu entrei no alojamento e percebi que o Leonardo estava dormindo. Chamei três vezes e ele não acordou. Senti vontade de fazer uma brincadeira para assustá-lo conhecido um golpe de engatilhar para fazer barulho. Comecei a tirar as sete munições que estavam na arma e pensei que tinha tirado todas as munições quando atirei somente para assustar. O tiro pegou no rosto dele, sai correndo para avisar que havia atirado em uma pessoa”, disse ele em depoimento.
Ele continua detido no Comando Militar do Oeste, e está à disposição da Justiça. A juíza disse ainda que está aguardando a manifestação do Ministério Publico Militar Federal, pode ter três possibilidades que é o oferecimento da denúncia, requerer diligências e requerer arquivamento. O caso está registrado como morte por acidente.
O corpo de Leonardo foi sepultado pela manhã (13), no Cemitério da Paz, que fica na saída para Sidrolândia. O CMO informou que todos os custos referentes ao enterro do militar e assistência às famílias tanto da vítima, quanto do soldado, que estava com a arma no momento do tiro, ficarão sob responsabilidade do Exército.
Capital News
Comento:
Situações como esta me entristecem, e muito. É inevitável pensar na extensão de uma tragédia causada  pela imaturidade e impulsividade características de jovens nessa idade, e os recrutas não fogem à regra. A diferença para os demais é que esses, com frequência, têm uma arma na mão. São incontáveis as vidas que tal combinação de fatores e circunstâncias já ceifaram. Lamento pelo soldado morto e sua família, mas é impossível não lamentar também pelo  colega que adentra à vida adulta marcado por uma morte, fruto de uma brincadeira irresponsável.

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