Bial quer a dupla na reta final da competição no Rio, mas Magnano não está disposto a liberar os atletas do grupo do Pré; veredito pode sair nesta sexta
Arthur Nezinho |
"Nunca houve pressão, eles só querem que a gente ajude um pouco disputando duas partidas.""No caso do basquete, nem se compara ao salário do clube. E eles sabem disso. Deixei claro para eles que não estava lá pelo salário."(3º "Sargento" Arthur, jogador de basquete)Rodrigo Alves
No centro do debate, dois sargentos. Em volta deles, dois “generais”, cada um puxando a corda para o seu lado. É esse o cabo-de-guerra que se desenrola nos bastidores do basquete brasileiro neste início de mês. O armador Nezinho e o ala Arthur, escalados para a seleção que disputará os Jogos Mundiais Militares a partir da próxima semana, também foram convocados para a seleção principal, que vai ao Pré-Olímpico em agosto e já está treinando em São Paulo. Alberto Bial, técnico da equipe militar, gostaria de contar com a dupla ao menos na semi e na final, se o Brasil chegar lá. Mas o argentino Rubén Magnano não está muito disposto a baixar a guarda.
Arthur e Nezinho na seleção de basquete (Foto: Divulgação / Gaspar Nóbrega)Arthur e Nezinho: entre a seleção principal e a dos Jogos Militares (Foto: Divulgação / Gaspar Nóbrega)
- Bial esteve reunido comigo. Tomamos um café, e apresentei minha posição. As possibilidades de liberar os dois jogadores são poucas. Quase nulas. Mas ainda não fechei. Minha ideia hoje é que eles não podem sair do grupo. Como treinador, posso pensar em outras coisas, mas hoje não vejo essa possibilidade – explicou Magnano, que tem em mãos um grupo de 17 jogadores para escolher os 12 do Pré-Olímpico.
A decisão pode sair nesta sexta-feira. Nezinho e Arthur estão em São Paulo, sob o guarda-chuva de Magnano, enquanto Bial aguarda o veredito no Rio de Janeiro. A estreia da seleção militar é no dia 17, contra a Lituânia, na Arena da Barra. A semifinal está marcada para o dia 23, e a decisão para o dia seguinte. A equipe principal treina em São Paulo até 3 de agosto.
Enquanto aguarda a decisão, Arthur deixa claro qual é sua prioridade. Apesar de não ter vaga assegurada entre os 12 do Pré-Olímpico, ele reconhece o peso de estar no grupo de elite.
- É claro que eu entrei na seleção militar para jogar, o campeonato é bem estruturado, é no Brasil, então a expectativa é boa. Mas nós já comentamos com eles: a seleção principal é um sonho para todo mundo. Falei que, se fosse para discutir, eles precisariam saber que a nossa preferência é aqui. É uma possível vaga em Olimpíadas, e eles entendem isso tranquilamente. Nunca houve pressão, eles só querem que a gente ajude um pouco disputando duas partidas – explica o ala.
Campeão do NBB-3 pelo Brasília, Arthur afirma que o salário pago pelos militares não foi o que pesou na hora de se formar como terceiro sargento – mesma escolha de Nezinho.
- No caso do basquete, nem se compara ao salário do clube. E eles sabem disso. Deixei claro para eles que não estava lá pelo salário. Felizmente nós ganhamos muito mais no clube. Vi que o Nezinho também se interessou, até o Alex no início tinha se interessado, então a gente entrou. No ano passado não ia bater nada, eu ia viajar para a Coreia, mas machuquei o ombro. E neste ano bateu a questão do Pré-Olímpico - conta.
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