Exército faz operação para localizar explosivos usados em caixas em MT
De acordo com levantamento do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (SEEB-MT), até a última segunda-feira 58 casos de ataque a caixas-eletrônicos foram registrados no Estado, 25 deles com o uso de explosivos. A quantidade já se aproxima do total de ocorrências de 2011, quando foram registradas 81 ações.
Para tentar reduzir o número de agências bancárias que são vítimas de explosões, o Exército, por meio do Comando Militar do Oeste (CMO), deu início ontem à Operação Pedreira, que vai fiscalizar empresas que trabalham com material explosivo, produtos químicos ou munição em 39 municípios do Estado.
Conforme o major José Márcio Figueiredo, chefe de operação na região Norte, que abrange 17 cidades do entorno de Sinop, o projeto teve início em Mato Grosso justamente pela constatação de um aumento deste tipo de crime no Centro Oeste brasileiro. “Nos últimos dois anos houve um crescimento nos casos de explosões em bancos”, explica.
A fiscalização vai ocorrer especialmente nos locais de armazenamento dos explosivos e na documentação de aquisição e destruição do material. Passarão pelo pente fino todas as empresas que possuem autorização junto ao Exército para compra de produtos controlados.
O objetivo é identificar possíveis desvios do material para organizações criminosas. “Pode haver casos, por exemplo, de funcionários que pegam determinada quantidade de explosivo para utilização na empresa, mas guardam parte dele para venda ilegal”, explica Figueiredo.
As eventuais irregularidades podem resultar em prisão dos envolvidos e abertura de inquérito junto ao Ministério Público. Para isso, a operação conta com participação das polícias Civil e Militar, incluindo o serviço de inteligência em Mato Grosso; o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco); o Corpo de Bombeiros; e órgãos de fiscalização comercial como a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) e a Receita Federal.
Na região de Tangará da Serra, 22 municípios passarão pela fiscalização. No total, 86 agentes de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul participam da mobilização, que deve ser encerrada na sexta-feira (22).
Conforme Figueiredo, entre os objetivos da Operação Pedreira está a elaboração de um relatório para realização de ações de fiscalização semelhantes com mais freqüência nos dois Estados.
O controle sobre a comercialização e armazenamento de explosivos tem sido tão falho em Mato Grosso que dinamites chegaram a ser encontrados em residências de bairros periféricos de Cuiabá.
Em Várzea Grande, ao lado de prefeitura, um mesmo caixa-eletrônico, do banco Santander, foi explodido nada menos que cinco vezes em apenas um ano.
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