Operação Guarani
Confronto fictício envolve exércitos do Brasil e da Argentina na fronteira
Força-tarefa combinada entre os dois países é composta por 1,1 mil militares e 210 viaturas
Ação envolve uma força-tarefa composta por mais de 1,1 mil militares e
210 viaturas dos dois países
Foto: Comunicação Social da Operação Guarani / Comunicação Social da Operação Guarani
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Humberto Trezzi - humberto.trezzi@zerohora.com.br
O terreno é acidentado e lamacento. A região, de fronteira e disputada. O momento, mais propício impossível: ao lado de um país que enfrenta turbulência institucional, o Paraguai. Esse é o cenário em que tropas do Brasil e da Argentina se enfrentarão de forma simulada, esta semana, na Operação Guarani, o maior exercício militar conjunto entre os dois países desde o século 19.
A Operação Guarani, que se desenvolve até 30 de junho, está ambientada num quadro de guerra convencional. Outras ações entre os dois países ocorreram nos anos 90, mas envolviam treinamento para Missões de Paz, nas denominadas Operações Cruzeiro do Sul. Agora a ideia é fazer guerra e não pregar o pacifismo. Batalhas de mentira, mas que servem para adestrar os dois maiores exércitos do Cone Sul da América.
A ação envolve uma força-tarefa composta por mais de 1,1 mil militares e 210 viaturas dos dois países, explica o tenente-coronel James Bolfoni, chefe do setor de Comunicação Social do Comando Militar do Sul (CMS). As manobras são um exercício combinado de combate convencional, que terá participação da 1ª Brigada de Cavalaria Mecanizada do Exército Brasileiro (cujo quartel-general se localiza em Santiago, no Rio Grande do Sul), e da Brigada de Infantaria de Monte XII, da Argentina.
O início da operação ocorreu na manhã de domingo. Cerca de 260 militares e 84 viaturas do Exército Brasileiro atravessaram a Ponte da Integração, que liga a cidade de São Borja, no Brasil, à cidade de Santo Tomé, na Argentina. O comboio seguiu rumo à cidade argentina de Apostoles, sede do exercício. Fundada no século 17 por jesuítas espanhóis, está situada 110 quilômetros a oeste de São Borja e a 65 quilômetros da fronteira argentina com o Paraguai, país que enfrenta turbulência política e que teve o presidente Fernando Lugo deposto na última sexta-feira. Os militares asseguram que não há relação entre as manobras e o caos político paraguaio.
ZERO HORA/montedo.com