Coreia do Norte confirma teste nuclear subterrâneo em seu território
Prova atômica foi detectada como terremoto de magnitude 4,9.
Norte-coreanos dizem que ensaio nuclear é para 'proteção e soberania'.
TV em estação de trem de Seul mostra telejornal noticiando teste nuclear na Coreia do Norte. (Foto: Lee Jin-man / AP Photo) |
A Coreia do Norte confirmou nesta terça-feira (12) ter conduzido com sucesso um teste nuclear subterrâneo em seu território, usando o que chamou de um artefato "miniaturizado", confirmando a suspeita levantada pouco antes pela vizinha e rival Coreia do Sul, após o registro de um terremoto de causas "artificiais".
O governo norte-coreano disse que o ensaio atômico tem como objetivo "proteger sua segurança nacional e soberania" contra o que chamou de a "hostilidade" dos EUA, seu inimigo declarado.
“Verificou-se que o ensaio nuclear que foi realizado a um nível elevado de segurança, utilizando um dispositivo miniaturizado e sem impacto negativo sobre o ambiente”, diz a agência estatal norte-coreana KCNA.
A Coreia do Norte disse que o teste teve "maior força explosiva" do que os de 2006 e 2009, que foram amplamente analisados como de pequena escala.
O teste foi criticado duramente pelo secretário-geral da ONU, pelo presidente dos EUA, pela União Europeia e pela Otan.
Em Viena, a Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares afirmou que a explosão constituiu uma "clara ameaça à paz e à segurança".
O Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência para as 14h GMT (12h de Brasília), em Nova York.
O governo sul-coreano sugeriu que o tremor era um teste nuclear após ter notado causas “artificiais” no sismo, numa região que não é propensa a teremotos, segundo a agência estatal sul-coreana Yonhap.
O Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês) detectou um tremor de magnitude 4,9 na região de Sungjibaegam.
O sismo ocorreu às 10h57 da manhã (horário local).
O USGS informou que o epicentro terremoto ocorreu a apenas 1 quilômetro de profundidade.
Seus sismógrafos registraram o tremor nas coordenadas geográficas 41.299 graus norte e 129.081 graus leste. O epicentro se situou a 24 km de Sungjibaegam, 34 km de Hau-ri, 42 km de Kilju, 51 km de Hoemul-li e 378 km de Pyongyang.
A exemplo da Coreia do Sul, a Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares, agência de monitoramento nuclear internacional ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), informou em Viena, na Áustria, que sua rede de estações de medição detectou um “evento sísmico incomum” na Coreia do Norte.
De acordo com a Yonhap, a explosão, segundo estimativa da Coreia do Sul, teria potência entre 6 e 7 quilotons. Segundo o serviço de inteligência sul-coreano, a região onde o sismo ocorreu abriga a base de Punggyer-ri, onde a Coreia do Norte realizou ensaios atômicos em 2006 e 2009.
O presidente de Coreia do Sul, Lee Myung-bak, convocou reunião de emergência de seu Conselho de Segurança Nacional para analisar a questão. O Exército sul-coreano entrou em alerta, e o governo anunciou que vai posicionar mísseis em todo o território com capacidade para atingir a Coreia do Norte.
A Coreia do Norte havia ameaçado, em 24 de janeiro, realizar sua terceira prova atômica como resposta à resolução tomada dois dias antes pelo Conselho de Segurança da ONU, que ampliou as sanções ao país comunista como castigo ao recente lançamento de foguete de longo alcance.
G1/montedo.com
Teste da Coreia do Norte ameaça a segurança internacional, diz Obama
Presidente dos EUA pede resposta rápida ao ‘provocador’.
Coreia do Norte anunciou ter testado com sucesso artefato 'miniaturizado'.
O presidente dos EUA, Barack Obama. (Foto: Arquivo / Reuters) |
Obama chamou o ensaio atômico norte-coreano de ameaça à segurança internacional.
“O perigo representado pelas atividades ameaçadoras da Coreia do Norte pede ação mais rápida da comunidade internacional. Os EUA continuarão a tomar medidas necessárias para se defender e a defender nossos aliados”, disse Obama em um comunicado.
“Vamos reforçar a estreita coordenação com aliados e parceiros, e trabalhar com o Conselho de Segurança das Nações Unidas e outros estados membros da ONU para prosseguir uma ação firme”, acrescenta a nota.
G1/montedo.com
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