O chefe da Comunicação Social do Comando Militar do Leste, coronel Luciano Pinto, afirmou nesta sexta-feira que nenhuma árvore está sendo derrubada no trabalho de descontaminação do terreno em Deodoro, na zona oeste da capital fluminense, onde será construído o Autódromo Internacional do Rio de Janeiro.
O Exército Brasileiro está descontaminando a área retirando explosivos espalhados no local por uma explosão ocorrida em 1958, em um depósito de munição. Em junho de 2012, um aluno da Escola de Sargentos morreu em uma explosão ao acender uma fogueira no terreno, e, desde então, um trabalho de limpeza tem sido feito na área.
Segundo o coronel, apenas vegetação rasteira está sendo retirada para permitir o uso dos equipamentos que detectam explosivos. O autódromo será construído para substituir o circuito em Jacarepaguá, desativado para construção do Parque Olímpico.
De acordo com o coronel Luciano, um relatório das atividades já foi enviado ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), em resposta a solicitação do órgão, mas ainda não houve resposta. O coronel disse que cabe aos órgãos ambientais e ao MP atestar se o trabalho está de acordo com as normas ambientais, e que qualquer decisão será respeitada.
Segundo o coronel, houve "uma quase superposição de datas", que levou ao fechamento do terreno, com o acidente, o inquérito e o início dos estudos para ceder a área ao Ministério do Esporte, que financiará a construção do autódromo.
O Exército prevê que, no segundo semestre, o ministério já receberá uma área descontaminada em que poderá fazer a obra. O governo federal elegeu uma parte prioritária do local - que corresponde a 16% do terreno de mais de 1,9 milhão de metros quadrados - e os militares já descontaminaram 50% desse trecho.
Apesar disso, a Secretaria Estadual do Ambiente já disse que só licenciará a construção quando for feito um estudo de impacto ambiental que, entre outras garantias, ateste a eliminação de qualquer risco aos frequentadores.
O Exército garante que equipamentos modernos estão sendo usados no trabalho e padrões internacionais, seguidos. O Ministério Público foi procurado pela Agência Brasil, mas não respondeu até a publicação desta reportagem.
Agência Brasil/montedo.com