8 de março de 2018

Forças Armadas ocupam favela no Rio pela quinta vez em duas semanas

23.2.2018 Forças Armadas realizam operação na Vila Kennedy, zona oeste do Rio de Janeiro
23.2.2018 Forças Armadas realizam operação na Vila Kennedy, zona oeste do Rio de Janeiro (Luis Kawaguti/UOL)
Luis Kawaguti
Do UOL
As Forças Armadas voltaram à favela da Vila Kennedy, na zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira (8). Esta é a quinta grande operação na região em menos de duas semanas relacionada à intervenção federal na segurança do Estado.
Segundo o Comando Militar do Leste, 1.400 militares, veículos blindados, helicópteros e equipamentos pesados de engenharia, como tratores e britadeiras, participam da operação.
O objetivo principal é ajudar a polícia a patrulhar a região e evitar que criminosos voltem a instalar barricadas nas ruas.
A Vila Kennedy vem sendo tratada como uma espécie de modelo das ações das forças de segurança durante a intervenção no Rio.
Segundo o interventor, general Walter Braga Netto, não haverá ocupação prolongada de favelas no Rio, mas as Forças Armadas e as polícias realização ações temporárias e de surpresa em regiões dominadas pelo crime organizado.
A primeira grande ação na Vila Kennedy ocorreu no dia 23 de fevereiro, após a polícia apreender na região a arma do sargento do Exército Bruno Cazuka – que havia sido assassinado dias antes por criminosos em Campo Grande.
As forças de segurança prenderam suspeitos e destruíram barricadas montadas pelo crime organizado para impedir a passagem de veículos pelas ruas.
A ação se repetiu nos dias 26 de fevereiro e 3 de março. Porém, na última segundafeira (5), helicópteros de redes de TV locais sobrevoaram a área e mostraram que o crime organizado havia reinstalado barricadas.
As Forças Armadas, então, voltaram à favela na quarta-feira (7) e destruíram novamente as barreiras. A ação desta quinta-feira visa evitar que o crime organizado volte a dominar a região. Críticos afirmaram que, mesmo com as diversas ações de segurança, membros do crime organizado ainda estariam escondidos na região. 
O UOL apurou com fontes ligadas à equipe do interventor que as ações ostensivas nas favelas fazem parte da estratégia, mas não são o foco principal da intervenção no Rio na fase atual das operações. As autoridades federais se concentram atualmente em melhorar a capacidade de atuação das polícias civil e militar do Estado. Para isso estão fazendo mudanças na gestão administrativa e financeira das instituições, remanejando policiais para trabalhar nas ruas e atuando para adquirir mais veículos e equipamentos. A ideia é tornar a polícia mais atuante para enfrentar o crime após a intervenção no fim do ano. 
Mas, em paralelo, as Forças Armadas devem lançar operações específicas para atacar o crime organizado e reduzir a mobilidade e a capacidade de ação dos bandidos em favelas.
UOL/montedo.com

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