Carlos Chagas
Com atraso inexplicável Dilma Rousseff divulgou, segunda-feira, suas “diretrizes” de governo. Explicou não tratar-se de seu programa de ação, caso eleita, mas de simples objetivos a alcançar, deixando para depois a forma de como viabilizá-los.
Pior fez, ou não fez, José Serra, que nem “diretrizes” anunciou, limitando-se a promessas pontuais como elevar o salário mínimo para 600 reais ou conceder o décimo-terceiro salário para os beneficiados pelo bolsa-família.
Uma novidade, apenas, fluiu do documento da candidata: pela primeira vez desde que lançada pelo presidente Lula, ela se dirige às forças armadas, numa espécie de “carta aberta” à categoria. Fica nos chavões, como o de manter o serviço militar obrigatório, estimular a indústria bélica e prover a imprescindível atualização do equipamento militar.
Será bom não esquecer que Dilma recusou, “por problemas de agenda”, comparecer a um debate com os demais candidatos, no primeiro turno, promovido pelos clubes Militar, da Marinha e da Aeronáutica. Nem ao menos aceitou, pelos mesmos motivos, fazer uma exposição de seu programa de governo a uma das três entidades, ao contrário de Serra.
Agora, a menos de uma semana das eleições para o segundo turno, redime-se e dá atenção às instituições castrenses. Menos mal, ainda que continuem sem resposta as causas do boicote prolongado. Afinal, em vias de ser eleita, a ex-ministra deveria ter presente que logo será a Comandante em Chefe das Forças Armadas. Receberá as continências de praxe do Exército, Marinha e Aeronáutica, desde a posse até as centenas de solenidades a que precisará comparecer. Além de nomear o ministro da Defesa e os comandantes das três corporações.
Seria estultice considerar esse afastamento da candidata motivado por acontecimentos passados. Quando foi presa e torturada, nos idos da ditadura militar, nem capitães eram os generais de hoje. Além de constituir justiça reconhecer a conduta exemplar dos militares, desde a democratização. Engoliram, e pelo jeito ainda engolem, sapos em posição de sentido. As corporações nada tem a ver com os erros e abusos praticados no período de domínio militar sobre as instituições, debitados a maus chefes, jamais ao conjunto constitucionalmente disposto para a defesa da soberania nacional.
De qualquer forma, vale o refrão popular de “antes tarde do que nunca” para a mensagem agora dirigida pela candidata às Forças Armadas. Porque se ela for buscar na História previsões para o futuro, concordará com Getúlio Vargas, que ao preparar-se para tomar posse em 1951, eleito democraticamente, respondeu assim à indagação a respeito do comportamento dos militares: “Os militares? Os militares baterão continência...”
Com atraso inexplicável Dilma Rousseff divulgou, segunda-feira, suas “diretrizes” de governo. Explicou não tratar-se de seu programa de ação, caso eleita, mas de simples objetivos a alcançar, deixando para depois a forma de como viabilizá-los.
Pior fez, ou não fez, José Serra, que nem “diretrizes” anunciou, limitando-se a promessas pontuais como elevar o salário mínimo para 600 reais ou conceder o décimo-terceiro salário para os beneficiados pelo bolsa-família.
Uma novidade, apenas, fluiu do documento da candidata: pela primeira vez desde que lançada pelo presidente Lula, ela se dirige às forças armadas, numa espécie de “carta aberta” à categoria. Fica nos chavões, como o de manter o serviço militar obrigatório, estimular a indústria bélica e prover a imprescindível atualização do equipamento militar.
Será bom não esquecer que Dilma recusou, “por problemas de agenda”, comparecer a um debate com os demais candidatos, no primeiro turno, promovido pelos clubes Militar, da Marinha e da Aeronáutica. Nem ao menos aceitou, pelos mesmos motivos, fazer uma exposição de seu programa de governo a uma das três entidades, ao contrário de Serra.
Agora, a menos de uma semana das eleições para o segundo turno, redime-se e dá atenção às instituições castrenses. Menos mal, ainda que continuem sem resposta as causas do boicote prolongado. Afinal, em vias de ser eleita, a ex-ministra deveria ter presente que logo será a Comandante em Chefe das Forças Armadas. Receberá as continências de praxe do Exército, Marinha e Aeronáutica, desde a posse até as centenas de solenidades a que precisará comparecer. Além de nomear o ministro da Defesa e os comandantes das três corporações.
Seria estultice considerar esse afastamento da candidata motivado por acontecimentos passados. Quando foi presa e torturada, nos idos da ditadura militar, nem capitães eram os generais de hoje. Além de constituir justiça reconhecer a conduta exemplar dos militares, desde a democratização. Engoliram, e pelo jeito ainda engolem, sapos em posição de sentido. As corporações nada tem a ver com os erros e abusos praticados no período de domínio militar sobre as instituições, debitados a maus chefes, jamais ao conjunto constitucionalmente disposto para a defesa da soberania nacional.
De qualquer forma, vale o refrão popular de “antes tarde do que nunca” para a mensagem agora dirigida pela candidata às Forças Armadas. Porque se ela for buscar na História previsões para o futuro, concordará com Getúlio Vargas, que ao preparar-se para tomar posse em 1951, eleito democraticamente, respondeu assim à indagação a respeito do comportamento dos militares: “Os militares? Os militares baterão continência...”