16 de outubro de 2010

PRESIDENTE DO STM DIZ QUE NÃO LIBEROU PROCESSO DE DILMA POR TEMER A EXTINÇÃO DA JUSTIÇA MILITAR

Toda vez que tem alguma reforma, falam em extinção da Justiça Militar. 
Aí eu disse: "Não, não vou abrir". 
Carlos Alberto Marques Soares, o corporativista Presidente do STM

O presidente do STM,Carlos Alberto Marques Soares, proibiu a imprensa de ter acesso aos documentos sobre o processo contra Dilma para, segundo ele, evitar uso político do material.  
O candidato do PSDB, José Serra, diz que o senhor escondeu o processo contra Dilma Rousseff em um cofre. É verdade?
CARLOS ALBERTO MARQUES SOARES: Não existe cofre para guardar processos aqui no tribunal, existem armários. Você pode até não acreditar em mim. Mas sabe por que tirei alguns processos do arquivo e trouxe para cá? Porque não queria que vazasse informação e, depois, um funcionário mais humilde fosse responsabilizado.
Qual o problema de dar publicidade ao processo?
SOARES: Separei alguns processos e pus no armário do meu chefe de gabinete porque eles envolvem políticos. Não quero que usem o tribunal no processo eleitoral. Pressenti que haveria interesse de uso político desse processo (de Dilma) por parte de um determinado órgão da imprensa. Sempre fui muito independente e não quero que usem o meu tribunal politicamente. Se quiserem me bater na imprensa, podem bater, eu arco com esse ônus.
Como a divulgação prejudicaria o tribunal?
SOARES: Agora, na véspera da eleição, estou vendo a manchete: "Superior Tribunal Militar libera processo de candidata". Toda vez que tem alguma reforma, falam em extinção da Justiça Militar. Aí eu disse: "Não, não vou abrir".
O que o senhor alegou para negar o pedido de acesso feito pela imprensa?
SOARES: Eu estava imbuído da restauração e digitalização (dos processos). Aleguei também respeito à vida privada, intimidade e honra dos envolvidos. Disse que era permitida vista só aos interessados.
Quem poderia ter acesso?
SOARES: A ministra Dilma pediu (acesso) este ano e eu neguei. No processo, há acusado com neto. Imagina se divulgam, por exemplo, depoimento dizendo que houve tortura e sevícias contra essa pessoa? Um camarada desse processa o tribunal depois!
O senhor não teme ser visto como censor?
SOARES: O principal valor constitucional, para mim, é a liberdade de imprensa. Sempre fui contra cercear a imprensa. Hoje, a liberdade da imprensa é medida pela dignidade do jornalista. 

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