O jornal Folha de S. Paulo entrou, nessa sexta-feira (22/10), com uma Ação Cautelar no Supremo Tribunal Federal para tentar acessar o processo que levou a candidata do PT à Presidência Dilma Rousseff à prisão em 1970, durante a ditadura militar (1964-85). Por 40 anos, o processo de Dilma foi público. As informações são do jornal.
Desde o início do ano, o jornal tenta ter acesso aos autos referentes à participação de Dilma em organizações da esquerda armada na época da ditadura. Porém, os arquivos foram trancados em um cofre, em abril, por decisão do presidente do Superior Tribunal Militar, ministro Carlos Alberto Soares. Ele alega querer evitar uso político do material.
O jornal entrou com Mandado de Segurança no próprio STM para ter acesso ao processo. O julgamento foi suspenso duas vezes, um por pedido de vista e o outro por questão processual. Segundo Taís Gasparian, advogada do jornal, ao adiar a decisão, o STM "viola o direito da requerente de obter a necessária e urgente decisão que lhe permita ter acesso aos autos da ação penal".
Na ação no STF, a Folha de S. Paulo diz que Soares é uma "autoridade administrativa" e não pode, "arbitrariamente, decidir o que é levado ao conhecimento público e o que não é". O jornal diz ainda que há uma negativa de "prestação jurisdicional" pelo tribunal.
O veículo justifica a urgência citando a "atualidade do interesse público", já que a candidata pode se tornar a próxima presidente. Por isso, solicita acesso antes da eleição, para os leitores conhecerem o passado de Dilma.