Um falso tenente-coronel do Exército que conseguiu enganar a cúpula  da Secretaria estadual de Segurança Pública por três meses acabou preso  quinta-feira. Dizendo-se militar, Carlos da Cruz Sampaio Júnior  trabalhava na coordenação da Subsecretaria de Planejamento e Integração  Operacional, auxiliando na distribuição dos policiais e no planejamento  integrado das polícias Civil e Militar. O golpe, no entanto, só durou o  tempo da investigação pelo departamento de Recursos Humanos.   
Após levantar a ficha de Carlos, a Secretaria de Segurança  descobriu que ele não era das Forças Armadas, usava documentos falsos e  possuía um revólver sem ter porte de arma. De acordo com as  investigações, ele teria conseguido inclusive obter uma carteira de  motorista com a documentação falsa de militar.   
Quinta-feira, enquanto trabalhava, portando um revólver calibre  38, Sampaio foi preso por agentes da Secretaria de Segurança, no prédio  da pasta, na Central do Brasil.   
Encaminhado para a 4ª DP (Praça da República), ele foi preso em  flagrante por porte ilegal de arma e indiciado por falsidade ideológica e  falsificação de documento público.  
- Ele está preso por porte ilegal de arma, mas vai responder  também por falsidade ideológica e falsificação de documento público.  Foram instaurados dois inquéritos, um para apurar o porte ilegal de arma  e outro para analisar os demais casos - afirmou o delegado titular da  4ª DP, Ricardo Dominguez.  
Golpista já havia trabalhado antes na secretaria   
Filho de um oficial militar reformado, Sampaio chegou a fazer  prova para entrar no Exército, mas foi reprovado. Porém, conhecia todos  procedimentos do Exército e se portava como se fosse militar. Ele já  havia trabalhado na pasta entre 2003 e 2006, durante o governo Rosinha  Garotinho.  
Atualmente, Carlos era coordenador da 1ª Região Integrada de  Segurança Pública, que abrange as regiões Sul, Centro e Norte da  capital. Ele chegou ao cargo após ser apresentado aos responsáveis pela  Subsecretaria de Planejamento e Integração Operacional, que o contratou  por já ter trabalhado na pasta.  
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, Carlos já foi exonerado. Ele está preso na Polinter do Grajaú.