Mais dois manifestantes deixam sede da Assembleia ocupada por PMs
Homens saíram do local espontaneamente na manhã desta terça-feira (7).
Segundo Exército, não é possível confirmar se eles são policiais grevistas.
Um dos homens saiu do CAB pilotando uma moto
(Foto: Reprodução/TV Bahia)
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Mais dois manifestantes ligados à greve de policiais militares na Bahia deixaram a Assembleia Legislativa do Estado, em Salvador, na manhã desta terça-feira (7). Durante a madrugada, um policial militar havia deixado o local, que está ocupado pelo movimento grevista. O Exército não soube informar se os homens que saíram nesta manhã fazem parte da corporação da PM.
Eles foram liberados porque não há mandados de prisão contra eles. O Exército informou que a identidade dos manifestantes será passada à Secretaria de Segurança Pública, que deverá investigar a procedência deles. Na saída, eles não quiseram conversar com a imprensa. Doze mandados de prisão foram expedidos pela Justiça da Bahia contra policiais miliatares considerados líderes do movimento. Um deles foi preso.
O chefe de comunicação do Exército informou ao G1 que a madrugada desta terça-feira foi tranquila na Assembleia Legislativa. Segundo ele, não houve confrontos. Nesta manhã, o que se viu também foi um ambiente sem muitas movimentações, apenas troca de turno dos policiais que estão no local. "Estamos aqui para criar condições favoráveis ao fim da greve", disse.
As vias de acesso ao Centro Administrativo da Bahia, onde funciona a Assembleia, foram liberadas para funcionários dos órgãos públicos que têm sede no local. A entrada deles havia sido bloqueada por conta do risco à segurança em decorrência de confrontos armados entre manifestantes e tropas especiais que patrulham a área.
A segurança em torno da Assembleia Legislativa conta com 150 homens do Exército, 220 policiais militares que não aderiram à greve e 20 homens da Força Nacional. Na manhã desta terça-feira, diversas viaturas de grupos especializados da PM chegaram ao local para dar reforço às equipes. Não há informações oficiais, segundo o Exército, sobre o número de policiais militares grevistas que mantêm a ocupação no órgão público.
Crianças
De acordo com o tenente-coronel Cunha, após contagem realizada na manhã desta terça-feira, foi constatado que sete adultos e sete crianças deixaram a sede da Assembleia. À noite, o Exército chegou a informar que oito crianças tinham saído, mas o balanço divulgado na manhã desta terça (7) o número foi corrigido para sete.
As crianças saíram acompanhadas por adultos por volta das 21h e, segundo o Exército, de forma espontânea. Eles foram submetidos a exames médicos, alimentados e deixaram o local em carro particular. O Ministério Público da Bahia (MP-BA) já havia se posicionado sobre a presença de crianças e entrou com pedido de medida cautelar para que elas fossem retiradas do local. Durante a cobertura da greve, o G1 constatou a presença de crianças entre familiares de policiais militares que ocupam a sede da Assembleia para a mobilização da categoria, que começou na terça-feira (31).
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Segundo Mônica Barroso, promotora do MP-BA, o pedido de medida cautelar foi feito na noite de domingo (5) pela promotora Ediene Lousado e deferido pelo juiz plantonista na manhã desta segunda-feira (6). “O Ministério Público entende que as crianças que estão na Assembleia estão em situação de risco e podem sofrer danos à integridade física e psicológica”, afirma a promotora. Ela acrescenta que o órgão aguarda o cumprimento da decisão através das autoridades policiais.
O governo do estado divulgou através de nota que o subcoordenador do Centro de Defesa da Criança e Adolescente (Cedeca), Waldemar Oliveira, esteve na Assembleia no início da noite desta segunda-feira e constatou a existência de condições impróprias para a presença de crianças e adolescentes. A nota informa ainda que dois conselheiros tutelares apresentaram aos manifestantes a decisão concedida pelo juiz.
“Eu perguntei quantas crianças e adolescentes estão aqui e me disseram que este número gira em torno de 150. Foi dado conhecimento ao comando da greve sobre esta liminar, e a expectativa é que se cumpra. Caso haja o descumprimento desta ordem judicial, com certeza alguém vai ter que responder”, afirmou Oliveira através da nota.
G1 BA/montedo.com