12 de fevereiro de 2012

Londres vigia as ilhas Malvinas com máquina de guerra e irrita a Argentina

Tensão com argentinos se eleva, mas britânicos dizem que apenas protegem os ilhéus

Roberto Godoy
Arquivo/AE
Dauntless está na região das Ilhas Malvinas; 
navio de guerra britânico irrita governo argentino
A Marinha britânica iniciou sexta-feira o exercício de troca de guarda nas Ilhas Faklands/Malvinas. Sai a veterana fragata Montrose, ficam um super destróier, novo em folha e, na esteira, o acirramento das relações bilaterais entre Buenos Aires - que acusa a Grã-Bretanha de militarizar o arquipélago - e Londres, que se limita a dizer que trata da segurança territorial dos 2.300 habitantes civis, os kelpers, e de seus carneiros, cerca de 40.100 deles.
Na manifestação da chancelaria, nem uma só palavra sobre os 8,3 bilhões de barris de petróleo, o tamanho da reserva que os ingleses garantem ter descoberto na área. Ou sobre os nódulos polimetálicos, uma espécie de jazida de minerais estratégicos que haveria ali, no subsolo oceânico.
A temperatura bateu nos 7 graus há dois dias em Mount Pleasant, a portentosa base inglesa nas ilhas. Nada ruim para o arquipélago austral de mais de 700 afloramentos, onde os termômetros caem, com facilidade, até terríveis temperaturas polares, coisa de 20,5 graus negativos, como foi registrado em 2 de janeiro.
A bordo do Dauntless, o sofisticado destróier que passa a liderar a ação militar dissuasiva na área, tudo normal: o ambiente climatizado é mantido em 18 graus. É apenas uma das características dessa máquina de guerra naval, a segunda da série 45 de novas fragatas - como seriam classificadas, por exemplo, no Brasil - produzidas na Grã-Bretanha.
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Entre os integrantes da Ala Aérea está um príncipe da casa real, ninguém menos que William, segundo na linha de sucessão. Pilota helicópteros de resgate. É um trabalho e tanto - naquela região do Atlântico, a operação de salvamento no mar não pode ultrapassar o limite de meia hora.
O moderno navio, em operação há 18 meses, foi enviado para ficar, ao menos por um certo tempo. Leva 190 tripulantes e o desenho "furtivo" é destinado a driblar sensores de detecção. Desloca oito mil toneladas.
Faz parte do plano de defesa do território, junto com o Esquadrão 1.435 da Real Força Aérea, a RAF, equipado com quatro caças Eurofighter Typhoon, o mais poderoso do arsenal da Inglaterra e um dos mais caros do mundo: não sai por menos de 90 milhões.
A base abriga 1.650 militares, ao menos uma aeronave pesada para cumprir missões de vigilância e sensoriamento eletrônico, helicópteros antissubmarino, lanchas armadas e um grande jato para realizar o reabastecimento de combustível em voo.
Um time das forças especiais, de tamanho e especialidade não revelados, é mantido em Mount Pleasant sob alerta médio - ou seja, os homens moram na base e devem estar prontos para ação em 40 minutos depois do acionamento.
O atracadouro pode receber e manter os submarinos de propulsão nuclear de 7 mil toneladas da frota britânica. O centro de informações do comando funciona, a rigor, como uma agência de inteligência, com recursos eletrônicos digitais atualizados pela última vez em 2010. O núcleo militar foi criado em 1982, pela então primeira-ministra Margaret Thatcher, três dias depois do fim da guerra entre britânicos e argentinos pela posse das ilhas. O conflito deixou o saldo negativo mais de 900 mortos.

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