Construída em 1968 e inaugurada em 1973, estrada que liga Manaus a Porto Velho encontra-se em estado praticamente intrafegável.
Redação - jornalismo@portalamazonia.com
Foto: Reprodução/Amazon Sat |
MANAUS – A BR-319 corta a floresta amazônica, uma região isolada por sua dimensão continental. A estrada foi construída em 1968 e inaugurada em 1973, ainda pelo governo do regime militar, para encurtar essas distâncias e aumentar o acesso aos serviços públicos na região. No entanto, há décadas o cenário encontrado mostra que a rodovia, que deveria conectar estados do Amazonas e Rondônia, está em estado intrafegável.
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Em uma viagem pela rodovia, o Amazon Sat registrou a precariedade da BR-319. O problema afeta, entre vários setores, também o escoamento da produção da região. Próximo ao município amazonense de Humaitá, o canal encontrou a comunidade Realidade, onde vivem 1,5 mil pessoas. Entre eles está o agricultor Jorcelino de Oliveira, que veio de Rondônia em busca de terras. “Estamos esperando a decisão do Incra [sobre a titulação da área]. Também esperamos por estradas”, conta.
A expedição pela rodovia acompanhou um grupo de militares do Exército Brasileiro. Durante o percurso, personagens da vida real contam a história da estrada. “Já não era para a BR-319 ser trafegável”, afirmou o técnico de telecomunicações, Elson Mota. A reclamação do trabalhador, que atua na manutenção do cabo de fibra ótica que passa pela rodovia, tem motivo: a estrada sofre com erosão, falta de sinalização e asfaltamento quase inexistente.
O problema é antigo e, segundo relatos, tem motivação criminosa. “Houve uma empresa contratada para conservação, mas a estrada foi destruída propositalmente. Cortes ‘cirúrgicos’ foram feitos sem finalidade alguma, a não ser destruir a estrada”, contou o tenente coronel Pastor, hoje no quadro da Reserva. “É possível ver as marcas das máquinas na estrada, que usavam as lâminas para arrancar o asfalto”, denunciou o agricultor Jorge Santos.
No caminho de pontes de madeira destruídas e estrada em péssimo estado de conservação, as lentes do canal ainda registraram casos de queimadas ao longo da floresta. Às margens da BR, também ficaram evidentes as cercas e pastos, além da circulação de caminhões com toras de madeira. Marcam ainda as histórias de quem convive diariamente com essa realidade e que acumulam, durante a trajetória, até mesmo a perda de amigos em acidentes na rodovia.
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