Grupo de militares faz “tiro ao alvo” em gavião em passeio no Pantanal
João Arruda
Um grupo formado por sargentos do 2º Batalhão de Fronteira, unidade do Exercito Brasileiro com sede em Cáceres, no Oeste do Estado, teria cometido vários crimes ambientais durante passeio em barco hotel na área do Pantanal. Eles são denunciados de realizarem manobras com a finalidade de alvejar pássaros da espécie Gavião Real, durante um passeio. O fato ocorreu há pelo menos 20 dias, sendo testemunhado pelos tripulantes da embarcação e ainda por um agente prisional que estava próximo ao local.
De acordo com relatos, o grupo de militares, todos sargentos, sendo cinco da mesma graduação, locaram a embarcação no Porto do “Dito Gato”, área urbana da cidade. Eles portavam várias armas, dentre as quais uma carabina. Num determinado local já distante da cidade, fisgaram alguns exemplares de piranha, os quais atiravam para cima “cevando” o gavião real, ou gavião pardo, para depois abatê-lo com disparo certeiro na cabeça.
Com carabina acoplada com luneta de mira a laser, os “milicos rebarbados” travavam apostas quanto aos possíveis locais atingidos pelos disparos. Embriagados e truculentos, os sargentos chegaram a intimidar a tripulação sob a “alegação de eram da elite do EB”.
Além da frieza dos militares, a prática criminosa revela desconhecimento com preservação ambiental visto que nesta época do ano as aves do Pantanal estão em período de alimentação de seus filhotes. Ademais é crime inafiançável abater animais silvestres em todo território nacional. E, muitas delas como gavião real, consomem peixes para posteriormente regurgitar as suas crias que aguardam alimentos nos ninhos.
Além dos gaviões abatidos com disparos certeiros, a denuncia relata ainda que alguns exemplares de jacarés também foram mortos da mesma maneira. Neste caso ainda aproveitaram a parte da cauda para o alimento.
Reportar abusos cometidos por uma minoria do 2º Batalhão de Fronteira em Cáceres, não chega ser novidade no município, é quase rotina no município. Porém ter o conhecimento de que alguma providencia tenha sido tomada é algo quase improvável, tendo em vista que o corporativismo ainda impera dentro dessa organização militar.
Há poucos meses, uma farra de quase três dias dentro do Destacamento de Corixa, correu o país, lá os militares realizaram uma festança com doações de gado e de bebidas, tendo inclusive a viatura do Exercito Brasileiro adentrado a Bolivia para efetuar a coleta de doações.
Nas comemorações da Copa de 98, na Praça Barão do Rio Branco, cinco oficiais deram “carteiradas” na Pração Barão, surraram dois garçons, promoveram uma quebradeira geral intimidaram uma patrulha da PM.Porém quando a noticia foi estampada nos jornais sob o titulo “Os Holligans do Batalhão de Fronteira”, o então coronel Jesus Geraldes de Lima, apelidado de El Pinochet,, determinou a todos prisão rigorosa. Atualmente o batalhão em Cáceres é comandado pelo oficial João Marinho. Mesmo exercendo função publica não costuma aceitar criticas.
24HorasNews/montedo.com