O trovador Alamir Longo escracha em versos o portador do vírus ‘não sei de nada’
Nosso Alamir Longo pediu licença para pegar uma carona no post sobre a confissão em quatro palavras e solidarizar-se com o portador de um vírus terrível batizado de ‘não sei de nada’”. Confisco o verso de Manuel Bandeira para responder ao grande trovador (gaúcho, naturalmente). Entra, Alamir. Você não precisa pedir licença. (AN)
“NÃO SEI DE NADA”
Alamir Longo*
I
Que vírus impertinente
esse tal “não sei de nada”,
pois ataca Presidentes,
faz estrago na Esplanada…
e vive lá no Congresso
só comendo marmelada.
II
E é muito perigoso
porque sofre mutação,
depois do “não sei de nada”
ele vira em corrupção
e por fim ataca a imprensa
na hora da explicação.
III
Não livrou nem o “estadista”
que só leva punhalada,
se faz de bobo da corte
e finge não saber nada…
mas é um baita espertalhão
chefiando toda a cambada!
IV
Mas quando a polícia bate
e desnuda corrupção,
tem sempre alguém de vigília
cantando a mesma canção:
“A culpa é do Policarpo
que inventou o Mensalão!”
V
Mas eu fico preocupado
com a inércia dessa Nação
que parece acostumada
com toda essa podridão,
assistindo passivamente
sua autodestruição.
Augusto Nunes (Veja)/montedo.com
*Subtenente de Cavalaria R/1 (EsSA/1980)