Líder da Coreia do Norte diz que exército do país está "pronto para uma guerra total"
Nesta sexta-feira, governo anunciou fim dos pactos de não agressão com a Coreia do Sul
Kim Jong-Un foi recebido pelos militares em uma das ilhas do paísFoto: KCNA via KNS / AFP |
Em meio ao aumento de tensões na península coreana, o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-Un afirmou que o exército do Norte está "completamente pronto para travar uma guerra total ao estilo coreano", ao visitar duas ilhas próximas à fronteira marítima disputada na quinta-feira, informaram meios de comunicação oficiais.
Nesta sexta-feira, o governo da Coreia do Norte anunciou que está encerrando todos os pactos de não agressão que tem com a vizinha Coreia do Sul e que vai fechar a fronteira entre os dois países.
A medida do governo comunista é uma resposta à Resolução 2.094 do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que estabelece sanções ao país. A ação punitiva da ONU se deu em resposta a um teste nuclear feito pelos norte-coreanos em fevereiro deste ano. A Coreia do Norte informou também que os exercícios militares conjuntos feitos pelos Estados Unidos representam uma preparação para um ataque nuclear preventivo contra o país.
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A rede de televisão norte-coreana transmitiu nesta sexta-feira cenas de histeria de soldados e de suas famílias saudando o líder Kim durante a visita a uma unidade de linha de frente que bombardeou o Sul em 2010.
As gravações mostraram Kim sendo saudado por tropas que foram contidas ao avançarem em direção a ele. Suas famílias levaram as crianças para conhecê-lo, e uma mulher encorajava a sua filha a se aproximar para abraçá-lo. No fim da visita, os soldados correram em direção à praia e entraram na água gelada enquanto a embarcação onde Kim estava se afastava.
A visita coincidiu com uma onda de ameaças de Pyongyang devido às sanções aprovadas na ONU por seu teste nuclear realizado no mês passado, com o Norte ameaçando realizar ataques nucleares preventivos contra os Estados Unidos e seus aliados e prometendo quebrar os pactos de paz assinados com a Coreia do Sul.
Ao falar às tropas mobilizadas nas ilhas, Kim disse que a mais leve provocação pode levar a uma ordem imediata para um "grande avanço" em toda a linha de frente com o Sul, informou a agência oficial de notícias do país (KCNA).
Na ilha Mu, ele inspecionou as unidades de artilharia que atacaram a ilha de Yeonpyeong, que pertence à Coreia do Sul, em novembro de 2010, matando quatro pessoas e provocando uma troca de tiros que gerou o temor de um retorno ao conflito.
A rede de televisão mostrou Kim inspecionando as crateras deixadas pelos ataques do Sul contra a ilha, no que ele descreveu como a "batalha mais gratificante" desde o fim da Guerra da Coreia, em 1953. AFP
ZERO HORA/montedo.com