20 aviões começarão a ser montados no começo do ano que vem nos EUA.
EUA suspenderam trabalho para analisar recurso de concorrente, diz.
Tahiane Stochero
Super Tucano A-29, da Embraer. (Foto: Divulgação/Embraer) |
A fabricante brasileira Embraer anunciou nesta quinta-feira (14) que começará a montar no inicio de 2014, na unidade industrial de Jacksonville, nos Estados Unidos, os 20 aviões de ataque A-29 Super Tucanos que serão fornecidos para a Força Aérea norte-americana para missões contra-insurgência no Afeganistão. A venda tem valor de US$ 427 milhões.
A vitória da Embraer na licitação foi anunciada pelo governo americano em 27 de fevereiro. A concorrente Beechcraft, que acaba de sair de uma concordata, anunciou que vai protestar formalmente contra a decisão.
“Cada avião levará em média 5 meses para ser montado nos EUA. No Brasil, levamos em média três meses e meio para montar um Super Tucano, pois já temos pessoal formado para isso. Contrataremos nos EUA mão de obra local e traremos cerca de 70 pessoas ao Brasil para formar esse pessoal para a montagem ser feita lá", anunciou o vice-presidente de operações da Embraer, Eduardo Bonini, em evento com jornalistas na unidade industrial da Embraer em Gavião Peixoto, no interior de São Paulo. Uma das exigências do contrato com os americanos é que os aviões fossem produzidos nos EUA.
Suspensão dos trabalhos
De acordo com a Embraer, a Força Aérea dos Estados Unidos determinou a suspensão temporária dos trabalhos da fabricante brasileira no projeto enquanto analisa o recurso da concorrente Beechcraft. A Embraer disse, contudo, que a suspensão é procedimento padrão e que continua com o desenvolvimento do projeto enquanto aguarda o resultado do recurso.
O presidente da unidade de negócios Defesa e Segurança da Embraer, Luiz Carlos Aguiar, disse que o Brasil vai levar o contrato desta vez. “Tenham absoluta certeza disso”, afirmou.
“Participamos de uma seleção que foi com lisura, inclusive um general três estrelas participou da escolha, o que representa a importância da decisão para os EUA. A Embraer tem gerado muitos empregos nos Estados Unidos, já contratamos 1.200 pessoas lá, temos três centros de serviço, enquanto que nossa concorrente, na contramão disso, demitiu, nos últimos anos, mais de 5 mil pessoas, parou de produzir cinco modelos de aeronaves e transferiu parte de sua planta para o México. Não resta dúvida de quem é o melhor para ganhar essa licitação, uma hora tem que saber desistir”, disse.
Aguiar projeta o crescimento líquido da receita da Embraer Defesa em 2013 em cerca de 25%. Em 2012, a receita liquida foi de US$ 1 bilhão de dólares.
Há cerca de um ano, a Embraer havia sido selecionada como fornecedora de aviões de ataque leve, mas o contrato foi "posto de lado", devido a supostos problemas com documentos. A vitória da Embraer no contrato, de US$ 355 milhões, foi contestada na Justiça dos EUA pela norte-americana Hawker Beechcraft.
G1/montedo.com