2 de março de 2013

Partido político militar quer apoio de civis e resgate moral e ético

Andre Farinha
Carregando uma bandeira forte, que objetiva o resgate de valores éticos e morais, respeito à família e a luta pelos direitos do cidadão, o Partido Militar Brasileiro (PMB), criado em 2011, vai atrás de assinaturas para conseguir a homologação junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e disputar as eleições já em 2014. A nova agremiação política possui base em 23 estados, em Mato Grosso do Sul está sob a direção do capitão da reserva remunerada do Exército, Ionaldo José Arce.
Durante entrevista ao Jornal Liberdade, Arce, contou um pouco da história do movimento militar no Brasil e relatou a luta que a classe passa a ter com a fundação de um partido focado não somente na participação militar, mas também na sociedade civil como um todo. “O Partido Militar Brasileiro vai oferecer algo de diferente para a população”, afirmou de imediato o líder estadual.
A ideia do partido dos militares é antiga, porém, somente em 2011 foi oficializada e posto em prática, com a elaboração e registro do estatuto. Segundo Arce, havia uma resistência dentro das próprias Forças Armadas em criar um partido com o titulo Militar Brasileiro. “Dizia que se poderia ter um título subterfúgio, mas que seria constituído, em sua grande maioria, por militares da reserva, já que a ativa não pode se filiar, mas no final foi decidido que vamos dizer quem somos e porque viemos”, contou.
De acordo com o Capitão Arce, além dos militares, civis também vêm procurando os diretórios para se juntarem a luta. “Nós tivemos grandes surpresas como a participação da população civil. Hoje, as Forças Armadas tem credibilidade nacional de 75%, enquanto os partidos políticos possuem apenas 7% de aprovação, isso mostra que os políticos atuais estão desacreditados por seus eleitores que querem mudança”, citou o capitão da reserva. “Nós somos uma opção para estes eleitores”, afirmou.

A constituição do PMB, embora não tenha sido reformulada, não permitirá a formação de alianças partidárias. “Hoje o texto ainda permite, mas isso certamente será mudado em breve, pois há muitos membros que optam pela não participação as alianças políticas”, justificou. “Nós acreditamos que a agremiação em uma aliança perde a identidade, vamos atuar sozinhos, defendendo nossos pensamentos, levando para a população os nossos programas e intenções sem coligar”, garantiu.
O partido, que até o momento não está homologado, não dispõe de nenhum “grande nome político” em seu enredo nacional, no entanto, Arce revela que há alguns interessados em disputar as próximas eleições presidenciais e estaduais pela agremiação, mas não quis citar nomes. ”Tenho certeza que o partido vai nascer forte e faremos assim um bom trabalho”, comentou.

Fase complicada
Capitão Arce espera conseguir assinaturas até Setembro.
O PMB está agora em fase de coleta de assinaturas de apoio, “o eleitor preenche uma ficha com todos os seus dados e depois, quando completado o total de assinaturas obrigatórias, seguirá para o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de cada estado participante, onde será emitida uma certidão”, explicou. Os escrivães têm 15 dias para verificar a autenticidade das assinaturas e emitir a certidão, que é entregue ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), responsável pela aprovação do registro.
A fase se torna complicada, pois o tempo para analisar as assinaturas é curto e a mão de obra para isso é pouca. Até a aprovação da Lei dos Partidos Políticos, em 1995, para uma legenda conseguir seu registro bastava que cem pessoas estivessem filiadas em nove estados. Com as regras mudadas, somente cinco partidos foram criados na última década: o PRB (Partido Republicano Brasileiro), o PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) e o PR (Partido da República). Os mais recentes são o PSD (Partido Social Democrático) e o PPL (Partido Pátria Livre).
Em Mato Grosso do Sul são aproximadamente seis mil assinaturas que devem ser recolhidas até setembro deste ano. De acordo com o diretor regional, até este mês já havia cerca de três mil. O partido possui postos montados em Amambai, Dourados, Coxim, Ladário, Corumbá, Aquidauana, Campo Grande e outras cidades do estado.
O capitão Arce atua no cenário político desde a década de 2000, quando concorreu pela primeira vez a vereador em Corumbá, sua cidade natal, pelo extinto PRONA (Partido da Reedificação da Ordem Nacional), que ajudou a fundar no Pantanal. “Na época me senti cativado pelo discurso do já falecido Enéas”, lembrou.
No ano seguinte mudou para Campo Grande e, em 2002, foi candidato a deputado estadual também pelo PRONA. “Saia candidato sem ter nenhuma estrutura, sem ter dinheiro, tive 990 votos”, comentou. Em 2006, Arce se lançou candidato ao senado federal, ainda pelo PRONA, conseguiu 2.136 votos. O PRONA deixou de existir no ano seguinte por conta da doença e consequentemente a morte de seu principal líder, Enéas Carneiro.
Nos anos de 2010 e 2012, na época filiado ao PTB, concorreu para deputado federal, onde obteve 2.059 votos, e para vereador de Campo Grande, tendo 552 votos.
JL News, via Sargento QE/montedo.com

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