Paulo Ricardo da Rocha Paiva
Acredite quem quiser, o governo quer porque quer que o Brasil passe a membro permanente do CS/ONU. Valha-me Deus! O Papa Francisco que o diga, quanta temeridade! Vai segurar o que? De repente Sua Santidade se viu envolvida por uma multidão que, se não fosse contida, teria entrado no carro para sentar no santo colo e adormecer ao som de uma canção de ninar. De improviso em cima de improviso, uma verdadeira “via crucis” de incompetência do governo que, apostando em notório ditado de que “Deus é brasileiro”, abriu uma guarda sem precedentes na segurança de um chefe de estado, nada mais nada menos do que o representante de Cristo na Terra.
Imaginem se vândalos estivessem resolvidos a “brindar” Sua Santidade com algum mimo vandálico. Quem sabe, uma casca de banana, uma bomba caseira ou mesmo um tiro no peito? Ah! Mas brasileiros não fazem isto! Somos um povo de paz! Isto é verdade, porém, até no trigo se encontra joio. Dona Dilma e o Senhor Sérgio Cabral sabem disto muito bem! Aliás, é de se perguntar: por que estas autoridades nos últimos dias estariam tão arredias ao contato com a população? Imaginem se fosse o governador que estivesse naquele trajeto ou, mesmo, se a presidenta estivesse inaugurando a estação do metrô de Fortaleza a céu aberto!
A furada foi tão acintosa que, de imediato, a assessoria papal reuniu-se com um ministro da justiça “pisando em ovos”. Afinal de contas, seria o Senhor José Eduardo Cardoso, a quem está subordinada a Polícia Federal, a autoridade maior na coordenação do esquema de segurança para a visita do Sumo Pontífice? Esta responsabilidade não ficaria melhor se a cargo do Ministério da Defesa? Que se diga, nas visitas de chefes de estado a Brasília, o dito esquema (inteligência militar, PF, PM, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil, etc.), inclusive a proteção das autoridades, era tudo coordenado pelo comandante militar de área, nunca tendo ocorrido nenhuma falha sequer na história da capital federal.
A unidade de comando, aliás, um dos 10 (dez) princípios de guerra já consagrados ao longo da história, teria sido novamente olvidada pela presidenta? Sim porque se não definiu a autoridade maior na coordenação dos três ministérios (Justiça, Defesa e GSI), envolvidos na missão de tão grande relevância, com certeza, esta omissão deixou os mandatários daquelas pastas em “papos de aranha” nos momentos em que a decisão, para fazer frente às situações de conduta, se fez urgente e emergencial. Enfim, Deus em última instância teve que proteger o Papa! Que bom que isto aconteceu!
* Coronel de Infantaria e Estado-Maior