O Exército vai determinar aos militares integrantes da Força de Pacificação nos complexos do Alemão e da Penha (zona norte do Rio) que filmem e fotografem, quando possível, suas ações. O objetivo é comprovar "correto procedimento da tropa", informa reportagem de Italo Nogueira publicada na edição desta segunda-feira da Folha (a íntegra está disponível para assinantes do jornal e do UOL).
Policiais militares e civis que não sejam do batalhão da Força de Pacificação não poderão atuar no complexo. A presença de agentes estranhos à operação deve ser autorizada, "em situações excepcionais", pelo general Fernando Sardenberg, nomeado comandante da ocupação. O objetivo é ter mais controle sobre quem atua na área.
Uma das principais preocupações do Exército é a contaminação de soldados com maus policiais e traficantes. Outra é a oposição de moradores à ação.
OCUPAÇÃO
O Complexo do Alemão foi ocupado dia 28 de novembro, com o apoio das Forças Armadas. No dia 25, policiais já tinham entrado na Vila Cruzeiro, favela vizinha ao complexo. As ocupações ocorreram após uma série de atentados ocorridos na cidade, que resultaram em mais de cem veículos queimados.
As ações criminosas seriam uma retaliação dos traficantes contra a instalação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) em morros e favelas, segundo as autoridades de segurança.
No dia 4 de dezembro, após reunião no Palácio Guanabara, o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciaram que o Exército permanecerá por tempo indeterminado e poderá fazer operações de patrulha e revista dentro dos Complexos do Alemão e da Penha. Os militares, no entanto, não poderão entrar nas casas de moradores.
Cabe à Polícia Militar fazer as buscas e apreensões, portanto, nas residências. Homens do Exército devem circular pelas vias das favelas e poderão revistar moradores.
FOLHA ONLINE