19 de dezembro de 2010

CORONEL FAJUTO FALA AO SAIR DA CADEIA

Falso coronel consegue liberdade provisória e rompe o silêncio
"O que é arrependimento? Vamos ver o que foi feito e o que não foi feito."
Cléber Júnior
Preso em flagrante desde o dia 15 de outubro, o falso tenente-coronel do Exército Carlos da Cruz Sampaio Júnior deixou a carceragem da Polinter (Grajaú) por volta de 23h50m desta sexta-feira. O pedido de liberdade provisória foi deferido pela juíza Maria Tereza Donatti, da 29ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio. A defesa do falso militar fez o pedido de liberdade na quinta-feira.
Pela primeira vez ele falou sobre seu caso com a imprensa. O falso coronel deixou a carceragem levando duas sacolas plásticas com objetos pessoais. Em seguida, entrou no carro do pai e foi para casa.
O falso militar foi econômico em suas declarações ao deixar a cadeia:
— Estou há dois meses detido num sistema de reclusão, estou afastado da minha família, estou cansado e preciso descansar, preciso ver minha família. Vou responder a todos os atos do processo em liberdade.
Perguntado se estava arrependido, ele mostrou-se reticente:
— O que é arrependimento? Vamos ver o que foi feito e o que não foi feito.
O réu se comprometeu a comparecer a todos os atos do processo. A próxima audiência do caso foi marcada para 16 de março de 2011. O Ministério Público deu parecer favorável ao pedido da defesa já que, na hipótese de condenação, é provável a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direito.
Com a identidade falsa de tenente-coronel do Exército, usada para conseguir sua contratação na Secretaria de Segurança do Rio, Carlos da Cruz atuou em batalhões, deu aulas de tiro e até represetou o Rio em reuniões em São Paulo e em Brasília. O falso coronel do Exército trabalhava na Subsecretaria de Planejamento e Integração Operacional. Carlos da Cruz era coordenador da 1ª Região Integrada de Segurança Pública.
Carlos da Cruz foi detido por policiais lotados na secretaria em que trabalhava com um revólver calibre 38, após uma investigação comprovar que ele não era militar. Ele foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma, e também responde por falsidade ideológica.

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