Exército gerencia efetivo com Microstrategy
Gláucia Civa
O Exército Brasileiro adotou o Sistema Integrado de Gestão (SIG), elaborado com base na plataforma de BI da MicroStrategy, para integrar sua base de dados com o objetivo de eliminar redundâncias e inconsistências relacionadas a pessoal.
O projeto, cujo contrato a companhia de TI venceu via licitação pública, também vai garantir à instituição uma visão unificada de suas várias áreas de atividade.
De acordo com o general de brigada Marconi dos Reis Bezerra, chefe do Centro de Desenvolvimento de Sistemas do Exército Brasileiro, o SIG entrega um sistema de apoio à decisão para a alta administração da instituição, por meio do compartilhamento de informações e do cruzamento de dados.
"Com a ajuda do BI é possível identificar rapidamente o perfil de cada um dos militares e sua adequação, por exemplo, para atividade fim, atividade meio, missões no exterior, forças de paz, entre outros perfis", explica o general.
Já o tenente coronel Márcio de Carvalho Victorino, gerente Técnico do SIG, acrescenta que o sistema permite sumarizar dados de outros sistemas.
"Além disso, temos o vocabulário controlado, tanto em nível técnico como de negócios, para que todos os usuários possam entender. Afinal, pessoas de diversas regiões trabalham na instituição", ressalta Victorino.
O projeto começou a ser trabalhado por áreas de negócios da corporação, até chegar ao nível corporativo.
O primeiro dashboard, por exemplo, foi desenvolvido para análise e controle de informações sobre o efetivo, como número de militares, sua distribuição, divisão do efetivo por gênero, distribuição por postos, pelo tipo de militar, por armas, entre outros.
Agora, segundo Victorino, está em processo de validação pelo comando do exército, entre outras questões, a implantação de um outro dashboard para análise do que leva um militar a pedir reserva.
"Existia disparidade em alguns dados e o BI nos dá a conclusão de forma muito mais rápida do que está fugindo do padrão e por quê, em determinado período, tiveram mais pedidos de reserva", afirma o tenente coronel. "Isso é importante para podermos analisar nossos pontos fracos e, assim, mudá-los", ressalta.
Na trincheira da TI
Ainda este ano, o Exército Brasileiro fez outros investimentos em TI. Um deles, junto à Panda Security, que levou um contrato de segurança de informação com a corporação militar envolvendo a implantação de 37,5 mil licenças de software, treinamento de 700 oficiais, suporte e cooperação tecnológica.
A companhia espanhola venceu com uma proposta 71 vezes menor que o ao valor inicialmente estimado pelos militares.
As licenças para dois anos da plataforma Panda Security for Enterprise têm preço normal de R$ 460 cada. Neste projeto, custaram menos de R$ 8.
Somando os serviços agregados, o total do contrato ficou em R$ 292,5 mil – nada mal para uma instituição acostumada a gastar em torno de R$ 12 milhões para proteger seus 60 mil computadores espalhados por 600 Organizações Militares (OMs) espalhadas pelo país.
O contrato foi fechado via licitação pública e, segundo o country manager da Panda no Brasil, Eduardo D'Antona, o preço agressivo praticado pela companhia não teve nada de dumping.
“Foi preço de mercado, tanto que a segunda e a terceira colocadas no processo ofereceram valores apenas 10% maiores”, explica.
Social
Outro investimento do exército em 2010 focou as redes sociais: numa tentativa de aumentar sua presença no universo digital, a instituição lançou um novo site em novembro passado integrado ao Twitter e ao Facebook.
Além de redes sociais, a interface remodelada é compatível com todos os navegadores e dispositivos móveis e inclui um espaço infantil, com jogos e histórias.
A TV Online do site também foi renovada, e agora se chama TV Verde-Oliva.
Além do conteúdo inserido no canal do YouTube, ela também veicula as matérias sobre o exército que os veículos televisivos tradicionais exibem em seus jornais.
Suprimentos
Já em 2009, o Exército Brasileiron adotou um programa de gestão de suprimentos baseado em da leitores de etiquetas da Seal Telecom.
A solução, criada com auxílio da TI interna do órgão militar e batizada de Sistema Integrado de Informações Logísticas (SiLog), tem interface com um Sistema de Gerenciamento de Depósito (SGD) ligado ao middleware.
Junto aos leitores da Seal, que serão utilizados em todos os itens controlados, a ferramenta permite rastrear e controlar itens.
A implantação iniciou pela área de suprimento de alimentação, fardamento, equipamentos e insumos de saúde, no 21º Depósito de Suprimentos do Exército, em São Paulo, que atende a 61 bases militares no estado.
Só nesta etapa, o sistema passou a monitorar mais de 9 milhões de itens vindos de mais de 500 fornecedores.
A meta é que, até a conclusão do projeto, a solução chegue a outros 15 depósitos.