Brasil estuda redução militar e reforço de médicos e engenheiros
O governo brasileiro discute a possibilidade de reduzir o contingente militar que mantém actualmente no Haiti e aumentar o número de profissionais voltados para as áreas de saúde e engenharia, apoiando, desta forma, a reconstrução do país.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, Antonio Patriota, visitou no início desta semana a capital do Haiti, Port au Prince, onde se reuniu com o presidente Michel Martelly e com o representante especial do secretário-geral das Nações Unidas no Haiti, Embaixador Mariano Fernández.
"Na reunião, o Brasil fortaleceu a sua disposição em ajudar na reconstrução do país, em especial em fortalecer a cooperação na área de saúde e de desenvolvimento, com a construção de uma hidroeléctrica, que já está a ser levada a cabo", afirmou à Lusa o assessor Luís Guilherme.
O Brasil chefia a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (Minustah), desde 2004, além de ser o país que possui o maior contingente militar da missão.
A intenção, a partir de agora, é enfatizar o teor civil da missão, com o aumento do envio de médicos e engenheiros, em detrimento de efectivos do exército.
O Itamaraty informou, no entanto, que ainda não há prazos para essa alteração. Uma proposta formal será definida nos próximos dois meses e apresentada antes da votação que decidirá sobre a renovação, ou não, do mandato da Minustah, que termina em Outubro.
Há hoje aproximadamente 2.100 militares brasileiros no Haiti com a missão de manter a paz e garantir a segurança da região.
A presença das Forças da ONU, que contam ainda com agentes de outros 16 países, foi reforçada após o terramoto que abalou a cidade. Antes, havia cerca de 1.260 brasileiros a actuar no país.