GUSTAVO ALVES
A Itália não vai mais participar do "Transporte Solidário", operação que vai trazer para os Jogos Mundiais Militares, no Rio, atletas de países sem condições de bancar os custos do transporte.
O país faria parte da operação ao lado do Brasil, dos Estados Unidos e do Canadá.
Os 40 atletas que viriam em aviões italianos agora terão a passagem paga pelo Cism (Comitê Internacional de Esportes Militares), que resolveu agir por não ter recebido a confirmação da Itália sobre a carona. A decisão foi confirmada pelo Ministério da Defesa do Brasil.
O ministro da Defesa da Itália, Ignazio de la Russa, afirmou no dia 20, em Paris, que o país ainda avaliava se iria participar dos Jogos.
O motivo da dúvida era a decisão do Brasil de não extraditar Cesare Battisti.
Battisti foi condenado na Itália por quatro assassinatos quando era integrante do grupo PAC (Proletários Armados pelo Comunismo).
Antes de o Supremo TribunalFederal confirmar que Battisti não seria extraditado, no início de junho, De la Russa já havia alertado que a relação entre Brasil e Itália ficaria "seriamente abalada" se o italiano ficasse no país.
Apesar do fim da operação de solidariedade, o Ministério da Defesa do Brasil ainda conta com os italianos nos Jogos, que ocorrerão entre os dias 16 e 24, no Rio.
O prazo para o país retirar sua inscrição sem multa terminou no dia 25. Se mesmo assim a delegação não comparecer, terá de pagar multa de valor ainda a ser definido.
A Itália tem uma das maiores equipes inscritas para os Jogos, com 160 atletas. A China tem a maior delegação, com 274 atletas, número máximo permitido. O Brasil vai competir com 268.
Os competidores que a Itália não transportará mais são de Letônia, Estônia, Lituânia, Bulgária, Romênia, Albânia, Sérvia, Croácia, Montenegro, Bósnia-Herzegóvina, Eslovênia e Macedônia.
A oferta do Brasil de enviar dois aviões à África para transportar atletas do continente foi fator decisivo para o país derrotar a Turquia na disputa para sediar os Jogos.
Na quinta-feira, a Força Aérea Brasileira enviará dois aviões para embarcar 280 integrantes de delegações de 24 países africanos. O custo será de R$ 2 milhões.
Um dos aviões fará embarques em Johannesburgo, na África do Sul, e em Yaoundé, em Camarões. O outro, em Bamako, no Mali, e em Nairóbi, no Quênia. O retorno ao Brasil será no dia 14.
Os EUA vão participar dos chamados "voos da solidariedade" trazendo 172 membros das delegações de Barbados, Jamaica, Suriname e Trinidad & Tobago.
O Canadá não irá transportar atletas, mas destinará US$ 50 mil para o pagamento de passagens aéreas para outros competidores.
FOLHA ON LINE
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