6 de setembro de 2011

HAITI: RETIRADA DAS TROPAS SERÁ GRADUAL E COMEÇARÁ COM REDUÇÃO DO PRÓXIMO CONTINGENTE

Brasil não pode esperar situação perfeita para retirar tropas do Haiti, diz Amorim
O ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou nesta segunda-feira (05/09), que o Brasil começará a reduzir gradualmente o envio de soldados ao Haiti. Segundo ele, a estratégia regional para a retirada das tropas militares do país caribenho será o principal assunto da reunião da Unasul no Uruguai, que será realizada na próxima quinta-feira (08/09).
Em entrevista aos correspondentes brasileiros em Buenos Aires, Amorim afirmou que ainda não há um cronograma para a retirada definitiva das tropas brasileiras do país, mas que haverá uma “pequena diminuição” no próximo envio de soldados brasileiros ao país. “Muitas das incertezas sobre paz e segurança foram superadas e o país teve sua segunda eleição democrática. Não podemos esperar uma situação perfeita, senão ficaremos lá para sempre”, afirmou.
Segundo ele, a decisão que será tomada em conjunto com a presidente Dilma Rousseff e o ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, além de coordenada com o governo haitiano e com a ONU. “É natural que haja uma redução, mas deve ser organizada. Devemos ter uma atitude responsável em relação ao Haiti e em relação a nós mesmos, até porque sacrificamos vidas nesta operação e isso deve ser respeitado”, ponderou.
Amorim afirmou também desconhecer as denúncias de que militares uruguaios da Missão das Nações Unidas no Haiti (Minustah) abusaram sexualmente de civis haitianos: “Não conheço este caso em particular, mas situações deste tipo são lamentáveis. Infelizmente elas ocorrem e não será a primeira missão de paz em que isso acontece. Mas não se pode contaminar toda a atuação das tropas por um episódio específico”, disse.
Em rápida visita à Argentina, Amorim se reuniu com seu par argentino, Arturo Puricelli, para discutir a agenda de cooperação bilateral para a defesa de ambos os países. Entre os assuntos discutidos na reunião, além da presença no Haiti, o ministro brasileiro enfatizou a cooperação nas áreas industriais e tecnológicas, o fortalecimento de programas conjuntos de treinamento e apoio logístico militar, e “o interesse em fazer do Atlântico Sul uma zona de paz, livre de armas nucleares”.
Desde 2004, a Minustah atua no Haiti com autorização do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O trabalho da missão, que tem a liderança do Brasil, é colaborar para a reconstrução política, econômica e social do país, além da organização de infraestrutura.
Integram a missão militares de 21 países de todos os continentes, incluindo a Ásia e a África. A concentração da Minustah é na capital, Porto Príncipe, onde vive a maioria da população do Haiti. Há, ainda, integrantes civis e policiais de vários países.
OPERA MUNDI

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