Dilma anuncia redução no contingente de militares brasileiros no Haiti
Tropas do país na força de paz da ONU devem ser reduzidas de 2,2mil para 1,9 mil
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Dilma se reuniu com militares brasileiros no país caribenho
Foto: Thony Belizaire / AFP
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Em visita ao Haiti, a presidenta Dilma Rousseff anunciou nesta quarta-feira a redução do contingente de militares brasileiros no país de 2,2 mil para 1,9 mil homens. O Brasil comanda a Missão da Organização das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti, conhecida como Minustah, criada em 2004.
A tropa brasileira foi reforçada após o terremoto que devastou o Haiti em janeiro de 2010. Com a redução, o contingente voltar a ter o número de militares que tinha antes da tragédia.
A mudança, segundo Dilma, faz parte de uma nova estratégia de segurança para o Haiti, que inclui a redução gradual da presença militar no país.
— Temos que pensar a longo prazo e, por isso, uma comissão vai ser instalada para avaliar a segurança na medida que haja sistemática redução das tropas da Minustah — disse a presidente em declaração à imprensa no palácio presidencial haitiano, em Porto Príncipe.
Presidente comenta questão da imigração de haitianos para o Brasil
Dilma também falou sobre a imigração de haitianos para o Brasil, condenou a ação de coiotes (pessoas que ganham dinheiro facilitando a saída de imigrantes do país) e reforçou as medidas adotadas recentemente pelo governo brasileiro para concessão de vistos e repressão ao tráfico de pessoas vindas do Haiti.
A presidente afirmou que o Brasil está aberto para receber o povo haitiano, mas que é preciso combater os coiotes que agem no recrutamento e no transporte ilegal de imigrantes para o Brasil.
Festa na recepção a Dilma
A presidente Dilma Rousseff chegou ao Haiti na manhã desta quarta-feira, dando início a sua primeira visita ao país mais pobre da América Latina.
Na pequena base diplomática do governo haitiano no aeroporto internacional Toussaint Louverture, faixas com a foto da presidente e os dizeres "Bem-vinda, Dilma, essa é sua casa" em português e francês.
Ao longo do caminho até o Palácio Nacional - praticamente destruído no terremoto de 2010 — as mesmas faixas, além de bandeiras do Brasil e do Haiti, enfeitavam as ruas.
A imigração haitiana para o Brasil será um dos temas centrais da conversa entre os dois presidentes. Apesar das críticas no Brasil, a medida foi bem recebida no Haiti, que a viu como uma possibilidade de diminuir a rede ilegal de transporte para o Brasil via Equador e Peru.
Outros temas que deverão entrar na pauta são a cooperação em saúde - o Brasil financia a maior parte da reestruturação da área no país e levou médicos brasileiros para trabalhar com os cubanos nas medidas de implantação de um sistema comunitário de atendimento. O Brasil também ofereceu aos haitianos 100 vagas para treinamento de policiais pela Polícia Federal. A intenção é preparar a polícia haitiana para a gradual retirada das tropas da Minustah, que começa em março.
A presidente retornou ao Brasil ainda na quarta-feira.
ZH/montedo.com
AGÊNCIA BRASIL E AE