Após negociar com Índia, França espera vender caça ao Brasil
O ministro da Defesa francês, Gérard Longuet, afirmou nesta quarta-feira que tem esperanças de vender o avião de combate Rafale ao Brasil, após ter conseguido negociações exclusivas com a Índia para 126 unidades. "Com o Brasil há esperanças e com a Índia estou confiante", indicou Longuet em entrevista concedida à emissora de televisão francesa Canal Plus, ao ser questionado sobre as possibilidades de exportar o Rafale, que até agora só equipa o Exército francês.
O ministro explicou que as autoridades brasileiras decidiram recuar em um potencial contrato de compra dos caças de fabricação da Dassault Aviation porque optaram por dar prioridade à aquisição de quatro submarinos franceses. "Os brasileiros preferiram comprar primeiro o que lhes fazia mais falta, ou seja, quatro submarinos da França", declarou, acrescentando que a decisão sobre a licitação para os caças segue pendente e que os franceses "estão na frente" de outros concorrentes. Para o eventual êxito da operação, Longuet considerou que a decisão indiana "será muito útil".
O Rafale concorre no Brasil com os Super Hornet F/A-18, da americana Boeing, e os Gripen NG, da sueca Saab, e a decisão sobre a compra foi deixada em suspenso no ano passado pelo governo da presidente Dilma Rousseff devido aos cortes orçamentários realizados. O ministro francês também afirmou que tem "uma forte esperança" que o Rafale possa ser exportado aos Emirados Árabes Unidos.
A Índia anunciou na terça-feira negociações exclusivas com a Dassault para a aquisição de 126 caças Rafale por um custo superior a US$ 10,4 bilhões, o que significa deixar de lado a oferta do consórcio europeu EADS e seu Eurofighter. Para Longuet, essa decisão "é uma grande promessa para toda a indústria aeronáutica e de defesa francesa".
Além disso, apontou que a transferência de tecnologia com o esperado contrato com a Índia "não é apenas inevitável, mas desejável", visto que a França precisa de parceiros para poder continuar vendendo as aeronaves. O titular de Defesa confirmou que o Exército francês poderia abrir mão de integrar algum dos 11 Rafale que por enquanto são fabricados todos os anos em sua frota para poder entregá-lo aos eventuais países compradores.
A fabricação desse caça gera cerca de 10 mil postos de trabalho diretos na França em uma centena de empresas envolvidas em sua produção.
EFE/montedo.com