O principal suspeito da morte de dois militares franceses na região de Dorlin, no sudoeste da Guiana Francesa, foi detido nesta sexta-feira em Macapá. O brasileiro Manoel Ferreira Moura, conhecido como Manoelzinho, 25 anos, seria o líder do grupo envolvido na morte dos militares durante uma operação contra garimpeiros clandestinos em 27 de junho.
"Foi detido esta manhã. Está aqui", disse a fonte da Polícia Federal, que pediu para não ser identificada. A fonte não deu maiores detalhes. "Estamos redigindo o relatório do caso e depois das 14h daremos mais informações", acrescentou.
Em Paris, fontes francesas ligadas à investigação confirmaram a detenção no Amapá de várias pessoas supostamente envolvidas nos fatos. As autoridades francesas iniciaram há 15 dias uma grande operação para tentar capturar Manoelzinho e outros cinco ou seis suspeitos.
O grupo é apontado como responsável pela morte de dois suboficiais do 9º Regimento de Infantaria Marinha (RIMA) que patrulhavam uma das zonas de busca de ouro mais produtivas da Guiana Francesa. A captura ocorreu após uma intensa perseguição policial da qual participaram 120 integrantes da polícia militar francesa, que teria obrigado os suspeitos a cruzar a fronteira e a entrar em território brasileiro. Os homens fugiam fortemente armados com fuzis, além de escopetas e armas de caça, disse um oficial há alguns dias.
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O aumento dos preços do ouro atrai os garimpeiros brasileiros (ilegais) para a Guiana Francesa. Após o assassinato dos militares, as autoridades francesas lançaram uma operação para retomar o controle de Dorlin, uma das zonas de extração de ouro mais desejadas pelos garimpeiros. Ao mesmo tempo, anunciaram planos para substituir a extração clandestina por empresas legais.
No ano passado, o Brasil se comprometeu a trabalhar para evitar que seus emigrantes na Guiana Francesa se envolvam na busca ilegal de ouro e se tornem uma ameaça. As duas partes assinaram no fim de 2008 um acordo de cooperação contra a busca ilegal de ouro, que já foi ratificado em abril deste ano pela França.
Em 2010, cerca de 600 operações permitiram a prisão de 1,5 mil estrangeiros em situação irregular na Guiana Francesa.
AFP, via Terra/montedo.com