No ano que vem, o Brasil completa uma década de participação na missão humanitária da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti, a Minustah, e mais militares serão enviados ao país caribenho. Um efetivo de 280 soldados — em sua maioria do 28 Batalhão de Infantaria Leve (BIL) de Campinas— já se prepara para garantir a ordem e prestar o apoio necessário para que a população local, que luta para se reerguer reerguer após anos de instabilidade social e política, além de um terremoto devastador que atingiu a área em janeiro de 2010, deixando cerca de 220 mil mortos e 1,5 milhão de desabrigados. A tropa, que viaja em novembro e permanece no exterior até junho de 2014, formará a edição de número 19 do Brazilian Battalion (Brabat) e reunirá 1,2 mil pessoas ao todo.
Uma base para organizar toda a logística da viagem já está montada no ponto onde se concentram as unidades militares de Campinas, próximo à Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx). Ali serão programados todos os equipamentos necessários à tropa (armas, uniformes, alimentação, etc), a emissão dos passaportes especiais e a conferência das vacinas. São 12 ao todo para evitar doenças como a febre amarela e o cólera. Todo o grupo ainda vem passando por avaliação psicológica antes de carimbar a sua ida. Os procedimentos levam de seis meses a um ano para serem concluídos.
Serão enviadas nesta nova leva quatro companhias de fuzileiros, um esquadrão de Cavalaria e uma companhia de Comando e Apoio. Ao lado dos integrantes do Exército, no batalhão também haverá militares da Força Aérea, uma companhia de fuzileiros navais da Marinha e um pelotão do Paraguai. Ainda existe a possibilidade de um grupo de militares do Canadá fazer parte da Minustah.
“Nossa missão é, basicamente, contribuir com a resolução das Nações Unidas de trabalhar para a manutenção de um ambiente seguro e estável no Haiti, propiciando que as outras forças sociais progridam e desenvolvam o País. Estamos lá para dar amparo, uma estrutura de segurança e contribuindo com a população para que a situação não descambe para uma terra de ninguém”, explica o coronel Anísio David de Oliveira Júnior, comandante do Brabat 19. “Em qualquer campo que analisarmos há muitos fatores importantes para o Brasil nessa missão. Economicamente falando é possível mostrar para a comunidade internacional os nossos equipamentos e como os soldados os operam com competência. Nesse tempo que estamos lá, nosso grupo tem conquistado o respeito de todos. Somos um caso de sucesso. A participação em Angola e no Timor Leste (outras missões de paz do Brasil na ONU) também são exemplos disso”, acrescenta o comandante.
Ainda de acordo com o coronel David, para o Exército, as ações no Haiti são extremamente positivas porque é possível treinar a tropa de forma mais efetiva, mantendo ações de logística e execução que colocam o grupo sempre de prontidão, e fornecer aos soldados uma experiência que eles jamais poderiam ter. “Além da carreira, é um benefício para a vida pessoal”, garante.
FONTE: Correio Popular via Resenha do Exército (título original: “Força da região assume missão de paz no Haiti“)
FORÇAS TERRESTRES/montedo.com