11 de setembro de 2013

Armado, major do Exército expulsa manifestantes de prédio no Rio

Vídeo: morador usa arma para expulsar manifestantes de prédio no Rio

Um morador de Laranjeiras, bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro, expulsou com arma em punho manifestantes que se abrigavam dentro do prédio dele, no sábado, 7 de setembro. O grupo entrou no local carregando um senhor ferido, para tentar escapar do efeito do gás lacrimogêneo e das bombas de borracha. Já havia bastante gente refugiada no prédio. A atitude do morador, o major do Exército Alexandre Jorge dos Santos, foi registrada em vídeo (aparece em cinco minutos e 25 segundos de imagem).
Enquanto os socorristas cuidavam de alguns feridos, o morador saiu do prédio gritando, com a arma na mão.
“Vou botar todo mundo pra fora! Vaza! Vaza todo mundo daqui! Vai vazando todo mundo!”, gritou ele. “Lá em casa está cheio de gás por causa desta vagabundagem aqui!”.
Uma moradora ainda tentou intervir, mas não teve sucesso diante da reação do homem. Sem opção, os manifestantes saíram do prédio. Depois, o morador ainda os seguiu até uma galeria. Além dos manifestantes, no grupo havia socorristas voluntários que tratavam os feridos no conflito.
Uma das pessoas que ajudavam a socorrer as vítimas era a diretora da Rede de Defensores Independentes dos Direitos Humanos (RDIDH), Maristela Grynberg. Ela ficou revoltada com a atitude do morador.
“Buscamos abrigo aqui por emergência e somos tratados desta forma, inclusive com uma arma empunhada. É isso que temos por direitos humanos”, disse ela. “É uma absurdo o que está acontecendo aqui!”, gritou Maristela.
Antes, no mesmo vídeo, dois policiais aparecem dividindo vinagre com os manifestantes, para tentar amenizar os efeitos do gás lacrimogêneo.
“A gente está aqui pra ajudar, meu camarada. Não está para atrapalhar”, justifica o policial.
Em conversa com o EXTRA, Alexandre Jorge, que é do Exército, deu sua explicação sobre o acontecimento.
- Eu não estava no papel de major, estava exercendo o meu papel de morador que poderia ter a casa invadida, e poderia ter sido agredido por mascarados a qualquer momento.
Alexandre explicou ainda que a namorada dele estava em pânico em casa, e havia uma criança no apartamento naquele momento. O lugar, segundo ele, estava tomado pelo gás lacrimogêneo.
- Sou um cidadão de bem que foi coagido por mascarados. Sou uma pessoa do bem -, frisou ele: - Tenho o direito de expurgar quem ameaça o meu lar. Sei que tinha gente do bem ali, mas havia também pessoas agressivas também. Meu prédio não é posto de saúde. Eu reconheço a manifestação como um direito legal, mas não reconheço a violência.
EXTRA/montedo.com

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