O 'professor' Mourão, os ecos de 64, Bolsonaro e os militares do andar debaixo
Vou tentar mais uma vez.Caro Montedo,"Pessoal do andar de baixo" como você se refere a sua categoria, os praças, só faz os denegrir, e inferiorizá-los.Com esse seu post, você só conseguiu uma coisa : segregar oficiais dos praças. Uma pena vindo de você.Se você não publicar meu comentário, não tem problema. Só espero que consiga dormir a noite fazendo o que faz, constantemente.1 Ten Art Turma 201220 de maio de 2018 23:42
Que negócio é esse de "sua categoria, os praças", caro colega? Sou oficial do QAO. Sei que muitos do andar de cima consideram-nos praças com estrelas, mas minha Carta Patente diz o contrário. E "azar do gaiteiro!", como se diz lá em Bagé.
Andar de cima e andar de baixo
São termos utilizados pelo jornalista Élio Gaspari para diferenciar quem manda de quem obedece, perfeitamente adequados à carreira militar. Não inferioriza nem 'superioriza', apenas delimita universos. É bem melhor do que "oficiais" e "inferiores", como define o Código Penal Militar.
Quem segrega quem?
O Clube Militar - que veda a admissão de praças em seu quadro social - e lidera uma campanha voltada para a eleição de oficiais de carreira, ou um QAO da reserva, que só porque tem um blog conhecido em todos os quartéis do Brasil tem o 'desplante' de questionar essa postura?
Lembrai-vos do Alerta à Nação
Você era cadete e talvez não tenha acompanhado, mas em 2012 o general Marco Felício escreveu um artigo intitulado "ALERTA À NACÃO: ELES QUE VENHAM. POR AQUI NÃO PASSARÃO!", depois que Dilma exigiu que um manifesto dos Clubes Militares contra a Comissão da Verdade fosse apagado. O 'Alerta' rapidamente virou um manifesto, com grande adesão de militares da ativa e da reserva. Num segundo momento, os nomes dos praças foram retirados do manifesto, sob a seguinte justificativa: "não registraremos os [nomes] de praças da Reserva e reformados, evitando margem a explorações negativas, pois trata-se de questão surgida de ingerência descabida no Clube Militar o qual congrega, unicamente, oficiais."
Só que o manifesto não era do Clube Militar, mas de "homens cuja existência foi marcada por servir à Pátria, tendo como guia o seu juramento de por ela, se preciso for, dar a própria vida. São homens que representam o Exército das gerações passadas e são os responsáveis pelos fundamentos em que se alicerça o Exército do presente". Os nomes dos civis que também assinaram o documento foram mantidos.
Pergunto novamente: quem segrega quem?
Oficiais x Praças: precisamos evoluir
Está em curso uma campanha "Praça não vota em Oficial". Em minha opinião é uma estultice. Há muitos oficiais capacitados que seriam bons representantes no parlamento. O problema é que Mourão e os seus ignoram o fato de que há muitos militares do andar de baixo com excelente qualificação e preparo, adquiridas no mundo civil. Que as instituições os ignorem por que são carreiras distintas, vá lá. Mas manter esse pensamento retrógado "fora da bolha" nao tem outra justificativa que não seja o velho chavão da 'água e do óleo'. Precisamos evoluir.
Uma pena, mesmo. Mas há esperança!
Segundo Nelson Rodrigues, a burrice é uma força da natureza, portanto, pétrea, imutável. Já a ignorância é o desconhecimento dos fatos e das possibilidades. Espero, sinceramente, que você se enquadre na segunda hipótese. Que o tempo o ajude.