2 de maio de 2018

Forças de segurança iniciam operação em 11 comunidades nas zonas Norte e Oeste do Rio

Segundo porta-voz do Exército, finalidade é expandir o patrulhamento nessas áreas
Soldados militares em uma das entradas da comunidade Fumacê, na Zona Oeste Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo
Soldados militares em uma das entradas da comunidade Fumacê, na Zona Oeste - Alexandre Cassiano / Agência O Globo

MARCOS NUNES
RIO - As Forças Armadas e policiais civis e militares deflagraram, nesta terça-feira, mais uma grande operação para coibir o tráfico de drogas e grupos paramilitares que atuam em 11 comunidades das zonas Oeste e Norte do Rio. O objetivo, segundo o comando conjunto, em coordenação com a Secretaria de Segurança, é melhorar as condições de acessibilidade para o patrulhamento ostensivo das Forças Armadas. Além disso, segundo o porta-voz do Comando Militar do Leste (CML), coronel Carlos Cinelli — que acompanhou a operação militar nesta terça —, a finalidade também é a expansão do patrulhamento.
— A partir de amanhã já teremos tropas fazendo um patrulhamento mais intenso nessas comunidades. Estamos com ela (operação), inicialmente, por 24 horas. A saída amanhã vai depender da evolução. Existe ainda um objetivo secundário que é permitir que as instituições públicas cheguem com mais intensidade.
A operação mira as comunidades de Curral das Éguas, Fumacê, Muquiço, Palmeirinha, Batan, Minha Deusa, Parque das Nogueiras, Vila Vintém, Promorar I, Promorar II e do Triângulo. No entanto, segundo Cinelli, nenhuma dessas comunidades terá o patrulhamento permanente igual ao aplicado na Vila Kennedy. De acordo com Cinelli, dois critérios foram utilizados na escolha dessas áreas.
— Usamos o critério da mancha criminal, especialmente em relação ao roubo de transeuntes e de veículos; além da demografia abrangida. Estamos falando de cerca de 1,5 milhão de pessoas que vivem aqui. Embora a operaçao esteja acontecendo nas comunidades, tem muitos bairros ao redor que vão se beneficiar dela — disse ele, referindo-se a Bangu, Ricardo de Albuquerque, Magalhães Bastos, Padre Miguel, Sulacap, Deodoro, Vila Valqueire, Realengo, Honório Gurgel e Campinho.
No Conjunto Fumacê, em Realengo, na Zona Oeste, um tanque do 57º Batalhão de Infantaria Motorizada está posicionado na Estrada do Engenho. Militares e policiais também estão nas ruas de acesso à comunidade. Fogos de artifício foram ouvidos, mas não há registro de tiroteio. Em uma das entradas da Vila Vinté, os militares estão acompanhados de dois tanques e três caminhões do Exército. Já na Favela do Batan, localizada no mesmo bairro, cerca de 30 militares do Exército patrulham a entrada da comunidade. Ainda não foi divulgado se já foram feitas prisões e apreensões.
Soldados militares em uma das entradas da comunidade Fumacê, na Zona Oeste - Alexandre Cassiano / Agência O Globo

— Tomara que os militares fiquem aqui por muito tempo. Vai melhorar nossa segurança. Ontem à noite mesmo saiu tiro aqui — disse uma moradora.
Em nota, o comando conjunto informa que as ações podem “envolver cerco, estabilização dinâmica e remoção de barricadas, bem como revistas de veículos e de pessoas”. A Polícia Militar realiza bloqueios em determinadas vias de acesso da região. A Polícia Civil apoia por meio da checagem de registros criminais e poderá, eventualmente, cumprir mandados de prisão ou de busca e apreensão em endereços específicos.
A operação conta com o apoio de meios blindados, aeronaves e equipamentos pesados de engenharia. Algumas ruas e acessos na região poderão ser interditados e setores do espaço aéreo poderão ser controlados, oportunamente, com restrições dinâmicas para aeronaves civis. Não há interferência nas operações dos aeroportos. Segundo o comando conjunto das Forças Armadas, estas ações foram deflagradas “no contexto das medidas implementadas pela Intervenção Federal na Segurança Pública".
O Globo/montedo.com

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