Forças de segurança fazem operação em comunidades da Praça Seca
Foram mobilizados 2.800 militares das Forças Armadas, 300 PMs e 240 policiais civis
Militares em acesso para comunidade na Praça Seca - Ricardo Cassiano / Agência O Globo |
RAFAEL NASCIMENTO
RIO — Agentes das Forças de Segurança realizam uma operação em comunidades da Praça Seca, na Zona Oeste do Rio, desde a noite desta sexta-feira. A ação — que conta com com a participação de militares das Forças Armadas, além de policiais militares e civis — tem como alvo as favelas Bateau Mouche, Caixa D’Água, Chacrinha, Mato Alto, Barão (José Operário), Covanca e Pendura-Saia, segundo o comunicado emitido pelo Comando Conjunto.
Comboios circulando por vias da Zona Oeste e também pela Zona Norte, como a Estrada Intendente Magalhães, chamaram a atenção de moradores desde mais cedo. Na Linha Vermelha, havia uma equipe de militares realizando uma ação de fiscalização — eles paravam alguns motoristas e verificavam seus documentos.
Na operação da Praça Seca, a Polícia Militar fica responsável pelo bloqueio de vias de acessos às comunidades, além de apoiar outras ações. Já a Polícia Civil faz a checagem de antecedentes criminais. Os agentes também visam cumprir mandados judiciais, mas condicionados às restrições "constitucionais à inviolabilidade do lar", ressaltou o Comando Conjunto.
Durante a madrugada desta sábado, quem passava pela Rua Cândido Benício — uma das principais do bairro — se deparava com os agentes das Forças Armadas em diversos acessos para vias transversais.
Nestes pontos, especialmente nos acessos para as comunidades, militares param moradores, revistam veículos, além de pedir a identificação na busca de algum suspeito. Durante o trabalho das Forças Armadas, ao menos até esta madrugada, tiroteios não foram registrados. Além disso, viaturas das Forças Armadas circulavam pela região.
Situação diferente do início da noite desta sexta-feira, antes da chegada dos militares, quando policiais chegaram ao bairro. Houve registro de confronto com agentes da Core.
— Eles estão aqui desde o início da noite. Quando os policiais chegaram foi um tiroteio doido. Mas aí os militares também vieram para cá e a situação ficou mais calma e pararam os disparos — relatou um morador, durante a madrugada deste sábado, que pediu para não ser identificado.
— O pessoal aqui vibrou com a presença dos militares e do pessoal da segurança. A Praça Seca está um local perigoso. (Os bandidos) Assaltam até moradores. A gente só espera que continua assim, né? Aumenta nossa sensação de segurança — complementou ele.
Foram mobilizados 2.800 militares das Forças Armadas, 300 PMs e 240 policiais civis. Eles têm o apoio de veículos blindados, aeronaves e outros equipamentos pesados. Além disso, algumas vias poderão ser interditadas e setores do espaço aéreo podem ser controlados, mas não há interferência nas operações dos aeroportos.
Moradores publicaram vídeo com imagens do início da operação na página Onde Tem Tiroteio no Facebook.
Ainda conforme informou o Comando Conjunto, a ação tem o objetivo de beneficiar, direta e indiretamente, 150 mil moradores da região. A operação foi deflagrada como mais uma medida implementada pela Intervenção Federal na Segurança Pública. Ainda não há informações de pessoas feridas.
Não há previsão de término da operação, ainda conforme informou o Comando Conjunto, nem um balanço sobre possíveis apreensões e prisões na região. O foco da operação são as comunidades da Praça Seca, mas podem ocorrer eventuais flexibilizações em outras favelas, com o objetivo de "impedir ou prevenir fuga de criminosos".
GRAJAÚ-JACAREPAGUÁ INTERDITADA
A autoestrada Grajaú-Jacarepaguá foi interditada em ambos os sentidos por conta de ações das Forças de Segurança. A informação é do Centro de Operações Rio (da prefeitura). Motoristas que desejam trafegar entre as Zonas Norte e Oeste devem seguir pelo Alto da Boa Vista ou Linha Amarela. Ambas as vias não apresentavam retenções, no início da manhã deste sábado.
O Globo/montedo.com