Sobrevivência da produção de caças Rafale depende do Brasil, diz Le Monde
Rafale da empresa francesa Dassault
Tazintosh
O contrato de venda dos caças franceses Rafale para o Brasil é vital para a sobrevivência das aeronaves. Se a francesa Dassault não conseguir fechar nenhum contrato de exportação, os aviões, cada vez mais dependentes do Estado francês, podem estar com os dias contados, segundo matéria publicada nesta quarta-feira pelo jornal Le Monde.
Segundo reportagem desta quarta-feira do jornal Le Monde, se a França não conseguir vencer a licitação de 36 caças para o Brasil, o futuro do programa Rafale está hipotecado. O governo francês confirmou recentemente que vai comprar mais 11 caças Rafale até 2013, injetando 800 bilhões de euros na Dassault. A França é, até o momento, o único comprador do avião. Há quase dez anos a Dassault não consegue um contrato estrangeiro.
Se a injeção de 800 milhões de euros alivia a Dassault, por outro lado esse valor penaliza outras empresas, explica Le Monde, pois essa verba se junta aos 3,6 bilhões de euros que serão cortados em três anos.
O programa do Rafale prevê a construção de 286 caças até 2021, a um preço de 40,69 bilhões de euros (142 milhões de euros por aparelho). A construtora Dassault, conseguiu em 2009, no âmbito do programa militar adotado até 2014, que teria garantias de produção de pelo menos 11 Rafale por ano, o nível mínimo para manter suas instalações industriais e preços de atuação no mercado. Na época, as perspectivas de vendas para o exterior eram bastante otimistas.
Em relação ao Brasil, as negociações patinam, diz Le Monde. Tudo vai depender de uma resposta do presidente Lula até dezembro, quando termina seu mandato. Em setembro do ano passado, o presidente da Dassault, Charles Edelstenne, declarou que “quem vendeu os Rafales foi Nicolas Sarkozy”, dando a entender que a decisão agora estava no campo político.
Lançado há 22 anos, o programa acumula atrasos, como aponta o jornal francês. Até o final de 2010, 93 Rafale deverão ser entregues para a Força Aérea da França, dos 180 já encomendados.
RFI
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