Guerra simulada em Formosa envolve tanques, jatos e 2 mil militares
Naira Trindade
Publicação: 14/10/2010 08:00 Atualização: 14/10/2010 17:50
Naira Trindade
Publicação: 14/10/2010 08:00 Atualização: 14/10/2010 17:50
Uma operação de guerra mobilizou 2 mil fuzileiros contra um inimigo virtual, no Entorno do Distrito Federal. Mas eles dispararam tiros de canhões e mísseis de verdade. Para dar mais realidade à simulação, usaram ainda helicópteros, jatos e outros blindados. A simulação ocorreu em uma fazenda de Formosa (GO), a 70km de Brasília, e foi o ponto alto do treinamento iniciado no último dia 4. O grupo da Marinha do Brasil agora está apto a proteger o país de um ataque pelo mar.
Durante 10 dias, os combatentes estiveram acampados em barracas de lona, cozinhando o próprio alimento e fazendo outros serviços em pequenas tendas camufladas no meio do cerrado da fazenda Bonsucesso, no município goiano. O terreno pertence ao Exército Brasileiro e é usado pelos fuzileiros navais para treinamento há uma década. A maior do tipo no país, a área de 3,6 mil quilômetros quadrados oferece segurança para os disparos letais.
“O adestramento é importante porque oferece velocidade e capacidade de planejamento a um assalto anfíbio, além de proporcionar maior grau de prontidão operativo aos oficiais”, explicou o almirante de esquadra Luiz Umberto Mendonça. Após o treinamento, militares também podem ajudar no desarme das minas encontradas em Maragogi, litoral norte de Alagoas, há um mês.
A convite da Marinha, o Correio registrou a etapa final da operação militar. A equipe do jornal seguiu para o centro de combate em um dos 165 veículos anfíbios e terrestres dos fuzileiros navais. No campo de batalha, soldados da artilharia demarcavam posição. A missão dos combatentes era detonar supostas minas inimigas. Um passo em falso seria fatal aos militares que trabalhavam com equipamentos reais. Em voos rasantes, um jato disparava contra o exército adversário e imaginário. Em outro ponto, uma bateria de artilharia acertava um blindado, representado por uma carcaça de ônibus.
No céu, a ameaça vinha de um pequeno avião não tripulado. Em poucos segundos, mísseis de verdade o detonaram. Com a área segura, um helicóptero com soldados da infantaria desceu para desativar uma suposta mina, explodida na sequência. Apesar do uso de armas letais e do grande grau de realidade, a operação não deixou feridos. “Nessas simulações, obtivemos todo o sucesso. É como se o Brasil tivesse sido invadido e conseguimos retomar novamente a área”, ressaltou o vice-almirante Carlos Alfredo Vicente Leitão.
FORÇA DE PAZ NO HAITI E LÍBANO
» O sucesso das atividades humanitárias dos fuzileiros navais brasileiros no Haiti — país onde houve um grande terremoto em janeiro — vai se repetir no Líbano. Cerca de 250 homens se preparam para seguir até Beirute, capital do país, em março. Os homens oferecerão uma força de paz nos mesmos moldes do Haiti. O convite foi um pedido da Organização das Nações Unidas (ONU) para a manutenção da paz na região.
CORREIO BRAZILIENSE