Com cerca de 10 computadores e programas de inclusão digital, tele-ensino, e de ações de cidadania, os 30 Pelotões Especiais de Fronteira (PEF), do Exército Brasileiro, localizados em comunidades nos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima se tornaram pólos do projeto dos Centros Integrados de Desenvolvimento Regional (CIDR), lançado nesta segunda-feira (13/12) pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, em Brasília.
Na maioria das localidades, esses Pelotões são a única presença do Estado brasileiro num raio de centenas de quilômetros, e já prestam diversos serviços às populações vizinhas. O objetivo é fortalecer o apoio com agregação de novos meios e serviços e com metodologia adequada, especialmente no aperfeiçoamento dos professores locais e no reforço escolar para as próprias crianças, com o ensino a distância ou por mídias digitais off-line.
Esses postos inicialmente receberão computadores doados pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e munidos com programas básicos doados pela Microsoft e se manterão com doações de empresas como Andrade Gutierrez , Camargo Correa e outras que se incorporarão futuramente.
Atendimento médico
Numa segunda etapa, deverão ser testados programas de telemedicina, dando aos médicos e profissionais de saúde militares desses pelotões acesso a redes de diagnóstico à distância e a assessoramento especializado que os ajude a lidar com mais segurança com as emergências médicas que hoje só podem ser enfrentadas mediante transferência do paciente em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
O projeto nasceu da persistência do juiz militar José Barroso Filho, que o coordenará. Atualmente assessor do Superior Tribunal Militar (STM), em Brasília, Barroso esteve por vários anos na Amazônia, e de suas viagens ao interior da região resultou um diagnóstico das carências mais emergentes e dos meios que poderiam ser mobilizados com maior rapidez para mitigá-las.
Os Pelotões de Fronteira se destacaram como um pólo dessa tarefa, por já serem referência de apoio às populações isoladas à sua volta. Em dezenas de comunidades, indígenas ou não, a energia elétrica vem do PEF, os médicos são militares, e as professoras são mulheres de militares servindo na região.
O projeto, além de prestar a simples assistência, pretende ser pólo irradiador de desenvolvimento sustentável da região, dando suporte inclusive a práticas econômicas que proporcionem perspectivas de vida melhor aos jovens.