Uma sequência muito ruim para o Rafale. Em dez dias, dois acontecimentos golpearam o avião de combate francês. Primeiro, um acidente em uma quarta-feira, após uma pane seca e, depois, um anúncio de adiamento na decisão brasileira. São dois casos diferentes, mas essas ocorrências, simultâneas, evidenciam que os problemas vão além de apenas pertubar um esquadrão de voo.
No acidente, o piloto escapou ileso, mas não o avião em questão. É provável, dependendo ainda da confirmação das investigações, que, após uma pane de computador, houve uma falha na execução de procedimentos. E a prova disso? Depois de identificado o problema, o avião retornou a voar.
O adiamento da decisão brasileira é um golpe muito duro. Certamente, depois de delongar essa matéria por mais de um ano, Lula passa o assunto para sua sucessora Dilma Roussef, que poderá ter outras prioridades na parceria estratégica com a França. Especialmente considerando que nem todos os Oficiais Generais da FAB estão animados por uma escolha francesa.
No entanto, ainda é muito cedo para declarar “Fracasso”… a não ser imitar, com o mesmo entusiasmo, aquele que, no ano passado, ficou gritando “Vitória”, no Palácio do Eliseu. Esperar para ver…
Não se deve perder o essencial de vista. Ou seja, a capacidade da França, ou até mesmo da Europa, de continuar produzindo aviões de combate. Se nós falharmos por falta de crédito nacional e contrato de exportação, a alternativa será simples: ele comprará o produto americano, pelas condições financeiras e políticas de Washington. E, deste lado do Atlântico, um século de história industrial iria acabar em bancarrota. Será que desejamos isso?
Se as empresas francesas Dassault, Thales e Safran ficarem no nada, isso seria após um longo tempo. Lembre-se que a Dassault já produziu mais de 2700 Mirage (III, F1, 2000), sendo que mais da metade foram vendidos para trinta países, entre os anos sessenta e noventa… É isso, atualmente, o que os EUA querem liquidar. E eles estão fazendo isso com a ajuda de outros países europeus – incluindo o nosso principal aliado, o Reino Unido – que participam do programa F-35!
Realmente, devemos salvar o soldado Rafale.
FONTE: Secret défense
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Trilogia de Defesa para o Poder Aéreo