Seis militares feridos em explosão podem ser liberados ainda nesta segunda-feira
Exército ainda não trabalha com hipóteses e nem sabe as causas do acidente, que matou um aluno e deixou outros dez feridos
FÁBIO VASCONCELLOS
RIO - Seis alunos que ficaram feridos em uma explosão na última quarta-feira durante treinamento no curso de sobrevivência do Exército no campo de instruções do Camboatá, em Deodoro, devem receber alta ainda nesta segunda-feira. De acordo com o subcomandante da instituição, coronel Parreras, os jovens estão no hospital da Vila Militar. Parreras informou ainda que outro aluno, que está no Hospital Central do Exército, teve melhora, mas ainda permanecerá internado. Outro ferido, que havia sido encaminhado ao Hospital da Aeronáutica, também apresentou um melhor quadro clínico, porém continuará na unidade. O Exército ainda não trabalha com hipóteses e nem sabe as causas do acidente, que matou o aluno Vinicius Figueira Benedicto Eugênio, de 22 anos, e deixou dez feridos.
O coronel Parreras disse que a perícia ainda está em processo de análise e faz parte do inquérito policial-militar (IPM), que tem 40 dias para ser concluído. O Ministério Público Militar está acompanhando as investigações do Exército para identificar as circunstâncias da explosão. Até a última quinta-feira, de acordo com o general de brigada Carlos Alberto Neiva Barcellos, chefe do Centro de Comunicação Social do Exército, só era possível fazer uma afirmação: os militares do curso de formação de sargentos estavam em exercício sem uso de explosivos.
— É impossível neste momento determinar o que causou a explosão. Se foi uma mina terrestre ou um rojão. Só a perícia dirá. O que podemos dizer é que os alunos estavam em exercícios de treinamento de sobrevivência, sem uso de explosivos — afirmou o general.
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A área em Deodoro onde ocorreu a explosão até o ano passado era usada pelo Centro de Instrução de Operações Especiais do Exército. Nos exercícios, o uso de artefatos explosivos é comum. No entanto, segundo o coronel Abílio Sizino de Lima Filho, diretor da Escola de Sargentos de Logística (EsSLog), onde o jovem morto e outros dez feridos estudavam, o local passava por varreduras após cada treinamento.
De acordo com informações do coronel Abílio Sizino, a explosão aconteceu por volta das 21h30m, quando o grupo de 11 militares se preparava para dormir no acampamento. O oficial disse que não sabe ainda se o aluno pisou num explosivo ou mesmo se uma fogueira, feita pelos militares para passar a noite, poderia ter provocado a explosão de uma granada.
Segundo informou o MP Militar, em Brasília, por determinação do procurador-geral de Justiça Militar, Marcelo Weitzel, foi designado o procurador Antônio Antero dos Santos, que atua no Rio, para acompanhar as investigações do Exército.
Durante entrevista coletiva na última semana, o coronel Abílio voltou a dizer que o grupo de alunos aspirantes a sargento estudava desde o início do ano e concluiria o curso no fim de 2012. Ele acrescentou que, durante o treinamento, ambulâncias e médicos acompanhavam o grupo.
O Globo/montedo.com