Mônica Prestes (AM) Eram 9h de sexta-feira (17) quando os 150 militares da Brigada de Infantaria Paraquedista do Rio de Janeiro foram lançados de quatro aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) em território inimigo, além das fronteiras das tropas brasileiras, no limite do Estado do Amazonas.
À frente, esses homens do grupo de elite do Exército brasileiro têm os perigos que reserva um território nunca antes explorado por eles e uma dura missão: ocupar uma área atrás da primeira linha de combate inimiga e tomar o controle da ponte sobre o rio Tacutu, na fronteira com a Guiana.
Armados com fuzis e metralhadoras e carregando o equivalente ao próprio peso em equipamentos, eles terão quatro dias para cumprir a missão e isolar o batalhão inimigo que disputa espaço com as tropas brasileiras na fronteira.
O corte dos suprimentos e o impedimento do acesso de reforços para a tropa inimiga pela ponte vão permitir que as linhas ofensivas do Exército brasileiro avancem sobre o território inimigo e abram espaço para o cumprimento de outras missões na defesa do território nacional.
Tudo isso aconteceu na manhã desta sexta, mas não passou de uma simulação de invasão do território brasileiro por tropas inimigas. O lançamento da infantaria paraquedista faz parte dos treinamentos da Operação Amazônia e aconteceu na fronteira entre Amazonas e Roraima, entre Bonfim (RR) e Normandia (RR).
Apesar de uma simulação, a concentração, a ansiedade e o preparo para a “batalha iminente” eram bem reais: os militares foram lançados das aeronaves a 200 metros do solo e terão que sobreviver aos próximos quatro dias com nada mais que cinco quilos de ração humana e dois litros de água, além de terem menos de quatro horas de sono por dia, se tiverem.
Às 4h, as tropas já estavam preparadas para embarcar nos dois C130 Hércules e C105 Casa da FAB, que decolaram da base aérea de Ponta Pelada às 6h de ontem, com destino ao local de treinamento. A viagem durou duas horas e meia.
“Nossos paraquedistas têm a missão de cortar os suprimentos e reforços para enfraquecer a tropa inimiga e facilitar o trabalho de outros batalhões, que devem ocupar a área depois. Eles vão abrir o caminho”, afirmou o comandante da brigada, general Fernando Sardenberg.
O lançamento da Brigada de Infantaria Paraquedista foi a principal ação do terceiro dia de atuação do Exército junto à FAB, durante a Operação Amazônia, que começou dia 13 de setembro. Na ocasião, foram empregados apenas 150 dos mais de 5 mil militares envolvidos na Operação Amazônia, segundo o tenente-coronel Guilherme Carrilho, do Centro de Comunicação Social do Exército (CCSEx).
Foto: Alexandre Fonseca/ACrítica