As investigações sobre um esquema fraudulento em licitações do Instituto Militar de Engenharia (IME) estão se aproximando cada vez mais do andar de cima. Um coronel lotado no centro de ensino de excelência do Exército na época em que ocorreram irregularidades - denunciadas pelo GLOBO em 9 de maio - comprou um imóvel na Urca com o cheque de um suspeito de dirigir algumas das 12 empresas que sempre venciam concorrências de cartas marcadas. Todas pertencem a parentes de militares e ex-militares. A denúncia faz parte de um dossiê anônimo que deu origem a um inquérito. O coronel em questão é Paulo Roberto Dias Morales, já indiciado. Também foi anunciado o indiciamento do capitão Washington Luiz de Paula, de seu concunhado, Edson Lousa Filho, e do empresário Marcelo Cavalheiro, que teria assinado o cheque. É o que mostra a reportagem de Carla Rocha e Vera Araújo na edição do GLOBO desta segunda-feira.
A venda do apartamento, confirmada pelo Ministério Público Militar, foi registrada em 20 de julho de 2006 no 15 Ofício de Notas. No documento, um decorador transfere o imóvel para a mulher do coronel, Cátia Grossi Morales. O negócio foi fechado por R$ 490 mil. Mas, ao contrário do que normalmente consta nas escrituras de compra e venda, não é informada a forma de pagamento: o ex-proprietário alega ter recebido o dinheiro antecipadamente.
Cavalheiro é sócio de várias empresas investigadas, entre elas, a GNBR (uma das que mais receberam recursos do IME), a JLG/Olecram (Marcelo, escrito ao contrário) e Grisa. A reportagem do GLOBO mostrou que, no lugar que deveria abrigar a sede da Grisa, há somente um terreno baldio com um barraco.
Os nomes dos quatro indiciados foram divulgados após terem sido ouvidas cerca de 40 pessoas no inquérito que apura as licitações. O número de envolvidos nas fraudes ainda não foi definido porque as investigações continuam - o Ministério Público Militar espera respostas para pedidos de quebra de sigilo bancário de alguns suspeitos.
Parentes como sócios de empresas
De acordo com a denúncia, uma teia de empresas foi criada por parentes de militares e ex-militares do IME para ganhar as licitações públicas feitas pela instituição. Poucos dias após terem sido abertas, muitas dessas firmas já estavam à frente de projetos do centro de ensino do exército. Geralmente, os trabalhos eram planejados em parceria com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O IME liberava todas as verbas. Além do concunhado Édson Lousa, o capitão Washington Luiz de Paula teria colocado o sogro e três parentes como sócios de empresas que prestam serviços ao IME.
A venda do apartamento, confirmada pelo Ministério Público Militar, foi registrada em 20 de julho de 2006 no 15 Ofício de Notas. No documento, um decorador transfere o imóvel para a mulher do coronel, Cátia Grossi Morales. O negócio foi fechado por R$ 490 mil. Mas, ao contrário do que normalmente consta nas escrituras de compra e venda, não é informada a forma de pagamento: o ex-proprietário alega ter recebido o dinheiro antecipadamente.
Cavalheiro é sócio de várias empresas investigadas, entre elas, a GNBR (uma das que mais receberam recursos do IME), a JLG/Olecram (Marcelo, escrito ao contrário) e Grisa. A reportagem do GLOBO mostrou que, no lugar que deveria abrigar a sede da Grisa, há somente um terreno baldio com um barraco.
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