Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
O chefe do Estado-Maior do Exército, general Marius Luiz Carvalho  Teixeira Neto, usou hoje (22) um termo conhecido por especialistas em  tecnologia digital para demonstrar a necessidade de o Brasil se preparar  para eventuais ataques cibernéticos. “Não vou falar tudo. Apenas vou  dizer duas palavras: procurem saber o que significa bomba lógica”, disse  o general, sem dar explicações, durante o 10º Encontro Nacional de  Estudos Estratégicos, promovido pela Secretaria de Assuntos Estratégicos  da Presidência da República.
“Bomba lógica é um programa malicioso ( malwares) que se instala em computadores de forma similar aos vírus. Muitos desses malwares  têm como objetivo destruir dados ou danificar o disco rígido. Se  ativado em computadores estratégicos, pode resultar em grandes prejuízos  para o Estado”, explicou o perito criminal federal Paulo Quintiliano,  especialista em crimes cibernéticos.
Segundo ele, muitos desses  aplicativos possuem gatilhos para serem disparados de forma simultânea  por diversos computadores. “Há uma certa predileção de ciberterroristas  por esse tipo de malware. Alguns grupos políticos costumam  espalhar bombas lógicas para serem disparadas em datas especiais. Assim,  tentam chamar atenção para algum evento ocorrido naquela data”,  explicou Quintiliano.
Apesar de não ser especialista no assunto, o  presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais  (APCF), Octávio Brandão Caldas Netto, disse que a entidade reúne muitos  peritos no assunto. Por isso, não estranhou a declaração do chefe do  Estado-Maior do Exército. Para ele, é provável que o Brasil esteja  preocupado com o uso militar das bombas lógicas.
“Não há nada  comprovado. O que ouvi são relatos de especialistas em informática,  sobre a possibilidade de fabricantes de armamentos venderem equipamentos  bélicos a outros países contendo bombas lógicas que poderiam ser  ativadas caso as armas sejam usadas contra o país de origem”, disse  Brandão à Agência Brasil.
Edição: Vinicius Doria