Novos caças da FAB
EUA reforçam lobby sobre a Boeing
Contra-almirante americano veio ao Brasil para discutir a troca de tecnologia
O lobby da Boeing na negociação para a compra de 36 caças pela Força Aérea Brasileira (FAB) recebeu reforço esta semana. O diretor do Escritório de Programas Internacionais da Marinha dos Estados Unidos (Nipo, na sigla em inglês), contra-almirante Joseph Rixey, participou de reuniões com representantes da FAB e da Marinha, em Brasília e no Rio de Janeiro, para discutir troca de tecnologia.
Um dos assuntos na pauta das reuniões foi o Acordo-Mestre de Intercâmbio de Informações (Miea na sigla em inglês), em negociação entre o nosso Ministério da Defesa e sua contraparte no governo ds Estados Unidos.
Os americanos, interessados nas tecnologias brasileiras de biocombustíveis e de construção de navios, querem que o tratado funcione como modelo para relações futuras em questões tecnológicas e militares. "O acordo permitiria a cooperação direta entre cientistas do Brasil e Estados Unidos em projetos de pesquisa e desenvolvimento", destacou Rixey, em entrevista exclusiva ao DIA.
Segundo o contra-almirante, as divisões políticas no Congresso americano não ameaçam o compromisso de transferência de tecnologia dos aviões firmado na semana passada, caso o modelo da Boeing, o F-18 Super Hornet, seja escolhido.
No início do ano, a presidente Dilma Rousseff afirmou que a oferta da Boeing seria considerada apenas com a garantia de que a transferência tecnológica não tivesse risco de veto no Legislativo americano.