Pessoal, alguns leitores do blog estão fazendo
uma interpretação equivocada do que escrevi na postagem Quantos
comandantes abririam mão da caneca de café?
Vamos lá:
- Primeiramente – releiam o texto - em
nenhum momento afirmei que o EB pagou as despesas do hotel. Este blog não
chegou até aqui fabricando factoides.
- Em segundo lugar, de acordo com sua
própria administração, “a decisão [da ECEME] pelo
Victory Hotel baseou-se em critérios técnicos e pela tradição do hotel em receber altas autoridades, como a
presidência da república durante passagens pela cidade”. Então, temos
aqui o seguinte: ou os oficiais alunos foram alçados ao patamar de altas
autoridades pelo próprio comando, ou a direção do hotel está mentindo.
- O fato dos alunos da ECEME pagarem as
despesas do hotel não tem relevância na análise. Isso não está em pauta. Eles cumprem
ordens e ponto final. Aliás, como disse um comentarista, muitos prefeririam
ficar alojados num quartel e economizar o dinheiro das diárias. Não é essa a
questão.
- Até mesmo por ter exercido atividades
ligadas ao ensino do Exército durante onze anos em minha carreira, sei muito
bem que, em termos de verbas, não há parâmetro de comparação entre o que é
destinado à tropa e o que vai para as escolas. São realidades financeiras muito
diferentes.
O problema é de postura institucional. Num
Exército que anda de pires na mão, mendigando aumento, canibalizando viaturas,
dispensando o efetivo para economizar comida, cuja tropa faz das tripas coração
para cumprir bem sua missão, fatos como este causam um efeito altamente
negativo.
Claramente, nos dias de hoje, temos dois Exércitos:
o do andar de baixo – e não estou falando em hierarquia, mas da tropa – os ‘severinos’,
pau para toda obra, ralando direto pelos rincões do país, cumprindo – e bem - missões
conjuntas com policiais federais cujos salários são muito superiores aos seus, suportando
PMs grevistas a ameaçá-los e a lhes esfregar contracheques na cara, ouvindo
calados desaforos dos aliados do tráfico nos morros cariocas, e por aí vai. É a
ação dos ‘tropeiros’, diga-se, que garante as Forças Armadas a condição de
instituição com maior credibilidade do País.
Já no andar de cima temos o Exército da
ilha da fantasia, dos gabinetes acarpetados, do mobiliário de primeira, das diárias
‘full’ por qualquer ‘vou ali e já volto’, das missões ‘boca-boa’. Não é por
acaso que Brasília é chamada ‘a Corte’, pois não?
Num cenário assim, a confrontação entre
realidades tão distintas se impõe, ao menos para mim, que não escrevo para
agradar ‘a’ ou ‘b’, mas para expor o que penso.
Mesmo porque, senhores, essa é a
comparação que o seu cabo motorista, o seu ordenança, o soldado que lhe serve o
suco, os sargentos escalados para a segurança do hotel farão, sem a necessidade
de que alguém ‘incite a divisão entre oficiais e praças’. Para cima de mim não,
violão!
O que expus foi, nada mais, nada menos, do
que a realidade do Exército de hoje, cada vez mais distante dos atributos de
seu Patrono.
Ah, sim, o capitão Fernando gostou da
postagem, tecendo elogios a ela em seu blog e aproveitando, como sempre, para dar
vazão à sua costumeira demagogia esquerdopata.
Bom, talvez muitos não se deem por conta,
mas este blog não começou ontem. Nestes mais de três anos, o mancebo já foi objeto
de várias postagens minhas.
Esta é de abril de 2010:
"CAPITANISMO", NOME DE FACHADA PARA A IDEOLOGIZAÇÃO DOS QUARTÉIS!
Tem mais:
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