9 de junho de 2013

Já voltou para casa: justiça militar manda libertar russo que invadiu o CIGS

Russo que estava preso há 40 dias em Manaus é solto
Russo vai responder em liberdade por invadir área militar
Russo vai responder em liberdade por invadir área militar Foto: Danilo Mello/27/03/06
Agência Estado . portal@d24am.com
O russo foi preso em flagrante por militares em 29 de abril, após pular um muro do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) do Exército, em Manaus.
Após ficar 40 dias preso sob a acusação de ter invadido um quartel do Exército em Manaus (AM), o cidadão russo Denis Alexandrovich Saltanov, de 42 anos, foi solto nessa sexta-feira, 7, pela Justiça Militar da capital amazonense, após julgar liminar em mais um habeas corpus impetrado pela Defensoria Pública da União (DPU).
No pedido, o defensor público da União Thomas Luchsinger alegou que o estrangeiro tem residência fixa em Moscou e ocupação lícita (atua como jornalista na área de turismo em seu país). Outros pedidos de habeas corpus haviam sido negados pelo Superior Tribunal Militar (STM) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
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Saltanov deixou a cela individual que ocupava na 12ª Companhia de Polícia do Exército, em Manaus, e pernoitou num hotel, cuja diária foi custeada pela Embaixada da Rússia. Na manhã deste sábado, 8, embarcou de volta para Moscou. De Manaus, o estrangeiro seguiu de avião para São Paulo, de onde pegará um voo para a capital russa com conexão em Frankfurt, na Alemanha.
O russo foi preso em flagrante por militares em 29 de abril, após pular um muro do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) do Exército, em Manaus. Ele foi denunciado pelo Ministério Público Militar em 10 de maio pelo crime de "penetrar em estabelecimento militar por onde seja defeso (proibido) ou não haja passagem regular", previsto no artigo 302 do Código Penal Militar. Se condenado, ele pode pegar de seis meses e dois anos de detenção. Apesar de obter o direito de responder em liberdade, o processo criminal prossegue normalmente na Justiça Militar de Manaus.
"Saltanov estava tão traumatizado com essa situação que, quando chegou o alvará de soltura, ele não acreditou que fosse verdade. Levou 30 minutos para aceitar sair da cela", disse o defensor público Thomas Luchsinger à Agência Estado. "Desde o início essa prisão foi um absurdo. Mesmo que ele seja condenado ao término do processo, na prática não ia ficar preso porque a pena é de no máximo dois anos".
Saltanov estava viajando pela América do Sul desde 5 de fevereiro. De acordo com bilhetes apreendidos com o russo, ele deu entrada no Brasil em 24 de abril por Tabatinga (AM), na fronteira com a Colômbia. Depois, seguiu de barco até Manaus. Em seu perfil no Facebook, há fotos tiradas no Brasil, na Argentina no Chile, na Colômbia e no Peru.
Nascido em Moscou, Saltanov também tem cidadania equatoriana porque foi casado com uma mulher daquele país. Ele estava com passaportes da Rússia e do Equador. O russo é jornalista e fotógrafo registrado na Associação Mundial de Imprensa.
A Embaixada da Rússia informou que Saltanov não responde por nenhum crime em seu país.
D24am/montedo.com

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