7 de setembro de 2010

7 DE SETEMBRO, INDEPENDÊNCIA DO BRASIL!



Minha filha, com um ano e dez meses de idade, cismou que quer uma bandeira do Brasil, uma bola do Brasil e uma camisa do Brasil. Juro, não estou brincando. Assim, do nada. Ela viu a bandeira uma vez, e a avó disse para ela que aquela era a bandeira do Brasil. Foi o que bastou. Nunca mais esqueceu. E fala todos os dias que quer a tal da bandeira, a bola e a camisa. A copa já terminou, mas ela continua numa vibe verde-e-amarela.
Sabe o que é pior? Não tem. Quer dizer, deve ter lá nas lojas do centro da cidade, mas baixar do Itaim até o centrão só para comprar os 3 itens, não rola. Tenho verificado nas lojas de shoppings, de rua… nada.
Se eu estivesse nos EUA provavelmente teria uma bandeira hasteada na entrada de casa. E motivos “bandeirescos” em vários cômodos. Mas aqui, não. Aqui você simplesmente não consegue comprar uma camisetinha verde e amarela para sua filha pequena porque não tem. Nem mesmo na Semana da Pátria!

Recordar é viver

Quando eu era criança, nós hasteávamos a bandeira, junto com os recrutas do exército, na praça central da cidade (de pouco menos de 200 mil habitantes, verdade) todas as quartas-feiras. Tínhamos TODOS os hinos nacionais impressos nas últimas folhas de nossas cadernetas de presença. E tínhamos que saber cantar todos eles. Era considerado uma vergonha você não saber, por exemplo, a letra do hino à bandeira de cor. Quem lia a letra eram os pequenininhos, que ainda estavam aprendendo. Depois do primeiro, segundo anos, a gente tinha que saber de cor.
E dia 7 de Setembro tinha desfile. O 6º Batalhão de Infantaria do Exército, sediado em minha cidade natal, Caçapava, desfilava todo o seu poderio de guerra na avenida central da cidade. E o palanque principal era armado em frente ao colégio onde estudei todo o primário e ginásio. Nós desfilávamos também – eu sempre carregava a bandeira do Brasil ou do Estado de São Paulo, porque era bem alta para minha idade. Ficava feliz com isso, devo dizer.
Muitas vezes convidados de fora também vinham participar do desfile – o Batalhão de Infantaria Aérea do Exército (helicópteros), sediado em Taubaté; os cadetes da aeronáutica, sediados no Centro Tecnológico Aeroespacial (CTA) de São José dos Campos; os cadetes da Escola Militar de Engenharia (EME), sediada na Praia Vermelha, Rio de Janeiro; os cadetes da AMAN – Academia Militar das Agulhas Negras, lindos em seus uniformes negros; tropas especiais como boinas verdes e boinas azuis; e, se tivéssemos sorte, até mesmo os cadetes da Escola de Infantaria Naval de Santos nos prestigiavam com sua visita e com seus belos uniformes braquíssimos. Era tudo muito bonito, muito organizado, muito marcial.

Onde foi parar tudo isso?

Sim, foram dias em que eu quis, inclusive, fazer parte de tudo aquilo. Depois desisti da idéia da carreira militar, mas isso não quer dizer que eu tenha perdido o apreço e a admiração por todos aqueles homens e mulheres impecavelmente vestidos que visitavam minha cidade nas datas comemorativas nacionais.
Talvez isso tudo tenha insuflado em mim um saudosismo bobo. Mas explico: eu estudava todas essas datas comemorativas numa matéria chamda Educação Moral e Cívica. Será que as crianças de hoje sabem o que é isso? Na época era uma matéria que nós achávamos até certo ponto chata, mas hoje eu vejo o quanto ela ajudou na minha formação de caráter. Foi durante essas aulas que eu aprendi que queimar a bandeira nacional, ou utilizá-la para cobrir-se enquanto perpetua atos, digamos, reprováveis, é crime. Mas acho que ninguém liga né?
Enquanto eu escrevo essas linhas, o Hino à Bandeira Nacional toca na minha cabeça… então eu deixo vocês aqui com o hino e alguns links interessantes. E se alguém souber onde eu compro uma camisetinha verde e amarela para a minha pitica, avisem, por favor. :-)

LETRAS:

MÚSICAS:

CURIOSIDADES:

DO BLOG MENINOS, EU VI!

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